sábado, 3 de dezembro de 2011

Vamos trabalhar menos e com satisfação?

Com organização e foco é possível produzir melhor e ter mais qualidade de vida. É preciso mudar a visão: de tempo gasto para tempo investido.

As transformações no mundo do trabalho anunciadas pelas mudanças tecnológicas sempre estiveram presentes nas discussões entre especialistas. A substituição do trabalho humano pela máquina acabou sendo “personalizada” no robô. As novas formas de trabalho e de produtividade passaram do chão de fábrica para os escritórios, para os serviços, para a construção civil e para a agricultura.
Em 1986, em palestra para a Confederação dos Sindicatos Cristãos, André Gorz, cientista social francês, afirmava: “o trabalho pago poderá deixar de ocupar a maior parte de nosso tempo e de nossas vidas”. Recomendava aos sindicalistas que fosse encontrado novo sentido para a vida que não aquele do trabalho pago, da ética profissional, do rendimento. Imaginava que a jornada anual de trabalho deveria recuar para 1.100 horas. (ver Gorz, André – Metamorfose do Trabalho – Annablume – 2007).
Um quarto de século depois e em um país emergente como o Brasil podemos analisar como mudou o trabalho. Com relação à jornada semanal, a Constituição Federal reduziu-a para 44 horas, ante as anteriores 48.
Foi suficiente para liberar a maior parte do tempo do trabalhador? Nas grandes cidades, o aumento do tempo de deslocamento para o trabalho eliminou qualquer vantagem dessa redução. Então, consumimos nossa vida no trabalho? As reflexões sobre as características da Geração Y lembram: o trabalhador também mudou.

A vida além do trabalho

É dito que o jovem executivo está mais interessado na família, no lazer, na vida além do trabalho e que a empresa deve se adaptar a esse novo trabalhador. Também a conversão das pessoas e das empresas para a responsabilidade social tem exaltado a inserção comunitária, o mais das vezes, em horários de folga.
Muitos selecionadores valorizam a participação cidadã dos candidatos. Por sua vez, é prova de modernidade as empresas incorporarem a questão da satisfação dos seus contratados, havendo concursos para selecionar “As Melhores Empresas para Trabalhar”.
Os sindicatos fazem campanhas pela redução da jornada, com a contradição de se privilegiar os preços das horas extraordinárias. Nos últimos tempos, passaram a apresentar reivindicações relacionadas à questão de gênero, raça, assédio moral e doenças relacionadas à intensificação do trabalho. Na linha da vida fora do trabalho, o avanço foi na licença maternidade de seis meses, ainda optativa.
Internacionalmente, a agenda da OIT defende o trabalho decente. É uma proposta ampla o suficiente para condenar tanto o trabalho escravo ou de crianças, em países atrasados, como a pressão por qualidade ou produtividade que tem levado à prática do suicídio, quer na Europa, quer na China.
A realidade é que ainda se passa a maior parte da vida em função do trabalho pago. Mas o desemprego cresce a cada dia, como vemos na Espanha, Itália e nas manifestações na Grécia. Ou seja, esse é um modelo que precisa de evolução e mais equilíbrio.

Fonte: Webinsider

sábado, 5 de novembro de 2011

Livros: o pirata, o e-book e o livro aplicativo

As pessoas hoje leem de modo diferente e pensam de modo diferente. É chegada a hora de os escritores escreverem de modo diferente.

O suporte eletrônico é, atualmente, muito utilizado no registro de conteúdos úteis. Registrar informação em meio eletrônico significa armazená-la numa sequência binária – uma imensa sucessão de zeros (0) e uns (1), quer dizer, de sensibilizações elétricas nos filamentos do chip (os zeros) e de ausências de sensibilização (os uns).
Esse modelo digital amplia consideravelmente o conhecimento. Aliás, a relação é direta: quanto mais aperfeiçoado o suporte, maior o universo de pessoas alcançadas pela informação. O registro em pedra, argila ou papiro foi, certamente, lido por muito menos gente que a idêntica informação impressa em livro-papel e, hoje, o meio eletrônico permite ainda maior propagação de ideias.
Quando, há uns vinte anos, o computador entrou em nossas casas e, em seguida, apareceu a internet, falaram no surgimento de uma nova dimensão, a virtual. A ideia foi extensamente explorada. Levando-a ao extremo, há quem se vista de avatar, para experimentar a “segunda vida”.
Mas, como propôs Select, de Paula Alzugaray, a era virtual já terminou – não retornamos ao analógico, mas, como o digital se incorporou de tal modo ao nosso cotidiano, soa anacrônico continuarmos falando numa dimensão paralela.
Nesta era pós-virtual, o livro digital se dissemina sem despertar maiores curiosidades ou estranhezas. A rigor, “livro digital” pode ser definido por três perfis diferentes: o digital pirata, o e-book e o livro-aplicativo.
O digital pirata é a digitalização do livro-papel por pessoa não autorizada, para venda ou disponibilização por download na internet. É prática lesiva aos escritores e editores, pois evidentemente não recebem nenhuma remuneração.
A defesa dos direitos intelectuais é impraticável: os custos para localizar e processar o pirata são consideráveis e irrecuperáveis e nada impede que, identificado e processado, o pirata facilmente reinicie, seguidas vezes, a pirataria.
O e-book é outra coisa, completamente diferente do pirata, mas também chamado de livro digital. A diferença não está somente no respeito aos direitos intelectuais. Enquanto o digital pirata é uma simples transposição do livro-papel para o meio eletrônico, num arquivo sem graça, o e-book recebe roupagem própria e isso o embeleza e o valoriza.
Há duas gerações de e-book. Na primeira, o texto impresso passa a ser veiculado por meio eletrônico. O produto permite ao leitor algumas facilidades inexistentes no livro-papel, como a reconfiguração das fontes e a utilidade de trazer, à mão, muito maior quantidade de obras. Mas ainda é o mesmo texto, o mesmo livro, que tanto pode ser lido em papel como na tela do computador.
Na segunda geração de e-books, agregam-se ao texto, filmes e trilha sonora, como forma de estimular a leitura ou torná-la uma experiência diferente. É um livro para ser assistido (ou um filme para ser lido?). Parece mais uma nova espécie de entretenimento, para as pessoas que precisam, diante do escrito, de estímulos extras para se divertirem.
O terceiro modelo em suporte eletrônico, também chamado de livro digital, é o livro-aplicativo. Diferente do digital pirata e do e-book, o seu texto não foi originariamente concebido para veicular-se em papel e, depois, transposto à mídia eletrônica. O livro-aplicativo é concebido e escrito para ser lido apenas neste suporte. Desde o início, em razão dos hiperlinks na estruturação do conteúdo, ele não pode ser lido em papel.

Novas experiências de leitura

Escrevi um livro-aplicativo. É uma obra didática, na área jurídica, que tem por base meu livro-papel de maior vendagem. Quando levei a obra à editora, tive dificuldade, no início, para que entendessem o novo produto.
O primeiro protótipo desenvolvido contava com ícone para impressão e reproduzia, na tela do computador, a imagem e a sonoridade do movimento de páginas virando. Pensaram que era mais um e-book. Insisti no conceito: eu tinha escrito um livro que não podia ser lido em papel; nada, nele, deveria evocar a experiência da leitura neste suporte.
O livro aplicativo não serve apenas para os textos didáticos. Imagino que grandes escritores poderiam propor, por hiperlinks, alternativas de leitura de um Memórias Póstumas de Brás Cubas, por exemplo. A curiosidade do leitor criando, enquanto lê, novas narrativas da trama de Machado de Assis – seria algo semelhante ao que, em papel, já fizeram Antonio Callado, Lygia Fagundes Telles, Osman Lins e outros com o Missa do Galo, também da obra machadiana.
O conceito básico do livro-aplicativo parte da constatação: a internet mudou nosso modo de leitura e apreensão de informações. No mundo pós-virtual, as contextualizações são mais evidentes e amplas, e deparamo-nos sempre com sugestões de remissões rápidas a conteúdos de apoio ou aprofundamento. São possibilidades completamente exploráveis apenas pelo meio eletrônico, que moldam (remodelam?) nosso pensamento.
As pessoas hoje leem de modo diferente – na verdade, pensam de modo diferente. É chegada a hora de os escritores escreverem de modo diferente.

Fonte: Webinsider

Quem controla o tempo tem mais tempo livre

Imprescindível desenvolver consciência sobre a necessidade de planejar bem as atividades, organizar a agenda e cultivar a disciplina. Seguem sete sugestões.

“Preciso de mais tempo” é um dos comentários mais comuns nas empresas de tecnologia hoje em dia. O tempo, em sua forma absoluta, passa da mesma forma, nem mais devagar nem mais rapidamente; nós é que precisamos encontrar meios de aproveitá-lo ao máximo, vivendo todos os instantes intensamente.
Como integrantes de uma sociedade corporativa, repleta de profissionais em busca de crescimento, reconhecimento e sucesso, eis um ponto de extrema relevância: a organização do nosso tempo.
Como os profissionais de tecnologia são multitarefas, realizando atividades tão díspares entre si que se tem a impressão de haver vários profissionais em um só, é imprescindível desenvolver consciência sobre a necessidade de planejar bem nossas atividades, de organizar a agenda e, acima de tudo, de cultivar a disciplina. Seguem, então, sete sugestões para que o processo de organização do tempo seja bem-sucedido:

Organize todas as tarefas do dia logo cedo

Escolha o meio mais adequado ao seu perfil (papel, notebook, tablet, celular) para elencar todas as tarefas e atividades que devem ser realizadas ao longo do dia. Inclusive atividades particulares, já que também são importantes.

Enumere as atividades por ordem de importância

Priorize as atividades mais críticas, aquelas mais importantes. As de rápida solução, ataque em primeiro lugar. As que são mais demoradas, mas igualmente críticas, vêm em seguida – é o caso de pessoas que aguardam a finalização de suas atividades para darem início às delas. Assim, você já movimenta a ação de outras pessoas, mesmo que ainda tenha outras atividades pendentes.

Aprenda a executar mais de uma atividade ao mesmo tempo

A simultaneidade de tarefas é o ponto mais crítico e estressante. Mas a questão é simples: em algum momento, a atividade que você iniciou deve contar com a interação de outro agente, seja lá quem for. Enquanto você aguarda tal interação, dê início à próxima atividade priorizada. Dessa forma, você conseguirá ganhar tempo na execução de tudo o que tem de cumprir.
Importante: o segredo para a adoção do processo de execução simultânea de atividade é não se esquecer daquela que ficou pendente. Portanto, acostume-se a reavaliar seu plano de atividades e recomece o que ficou pendente de onde parou.

Seja disciplinado com sua agenda

Mantenha os compromissos assumidos, sem ceder facilmente à alteração de sua agenda. Trata-se de um ponto é delicado, já que, muitas vezes, alguns compromissos têm mais importância do que outros. Faça o seguinte: antes de ceder tranquilamente à solicitação de alteração de sua agenda, tentar negociar o novo compromisso ou tarefa para um momento em que você tenha tempo disponível, ainda não preenchido. Assim, sua organização não será afetada e, obviamente, você continuará no controle do seu tempo. Contudo, se essa renegociação for inviável, reveja todas as tarefas e compromissos afetados, refazendo toda a agenda.

Mantenha sua agenda atualizada e, de preferência, compartilhada

A atualização é fundamental, caso contrário não terá finalidade. Quanto ao compartilhamento, para os seus pares e seus gestores, trata-se de uma maneira de poder informá-los sobre sua carga de atividades para que percebam a impossibilidade de fazerem novas solicitações nos períodos já tomados por outros compromissos.

Aprenda a dizer “não” sem temor

Esse é outro ponto interessante: assumir novas atividades, mesmo quando sua agenda já está totalmente comprometida, por receio do que pensarão seus gestores/pares sobre o seu comprometimento com a empresa, com o projeto ou com a equipe, é um equívoco.
Tão grave quanto dizer “não” é não entregar o que foi prometido na data combinada. Com certeza, seu gestor gostaria muito de saber da situação antecipadamente, tendo tempo hábil para direcionar as novas tarefas a outros profissionais.

Saiba lidar com imprevistos

Imprevisível é tudo aquilo que não se pode prever, saber de antemão. Isso muitas vezes acaba por “desmontar” todo o planejamento realizado, desorganizando suas prioridades e forçando a uma nova ordenação de tarefas.
Mesmo a contragosto, temos de saber lidar com esse tipo de situação. Para minimizar os efeitos do imprevisto, vale a pena recorrer à máxima popular de que “não devemos deixar para amanhã o que pode ser feito hoje”. Isso também é válido para atividades que podem ser antecipadas. Assim você sentirá o gostinho de ter mais tempo livre.
Mesmo adotando essas dicas sobre organização do tempo, é certo que em algumas ocasiões você não conseguirá cumprir as tarefas dentro do seu horário de trabalho normal. Para isso, não existe outra solução: você terá que dedicar algum tempo extra, depois do expediente ou no final da semana, para que a sua agenda, já formatada e organizada, não seja prejudicada.
Só atente para que isso não se torne uma constante em sua vida. Os workaholics começam assim. Portanto, quanto mais controle sobre o seu tempo tiver, provavelmente terá mais tempo para aproveitá-lo da maneira que quiser.

Fonte: Webinsider

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Pierre Lévy e o novo papel do conhecimento

Estive semana passada na Petrobras para a palestra de Pierre Lévy, aqui no Rio. Lévy tem se dedicado mais recentemente a desenvolver uma nova linguagem, um projeto prático que visa facilitar a interpretação dos códigos da rede.
Quer humanizar o que ainda é não “humanizável” na rede digital, tal como os resultados do Google: ao você mexer dentro dele, poderá manipular os algoritmos.
O seu último projeto prático não se massificou, como foi o caso do software da árvore do conhecimento. Tenho dúvida se este é o melhor caminho dele (mais prático, menos teórico), mas quem sabe agora ele acerta?
Porém, com certeza, o forte de Lévy é a sua rara capacidade associativa / sintética para criar um cenário baseado na história humana, mais factível das mudanças vividas com a chegada da rede digital (internet) e escrever isso, como sugere Einstein, de tal forma que qualquer vovó entende.
Levy está uns 20 anos na frente, assim como esteve em 99, quando avaliou a partir da história que estávamos enfrentando com a internet a chegada de nova era cognitiva, no seu livro Ciberculturarecomendo como porta de entrada para quem não conhece a sua obra.
Na palestra da Petrobras, como vemos no quadro acima, ele não trouxe algo totalmente novo, pois vem aprofundando a base a qual o fez um dos maiores pensadores atuais e um, senão o principal, sobre internet.
Em resumo ele disse:
  • É preciso olhar a história para compreender a internet, se não nos perdemos
  • A internet permitirá mudanças no planeta com repercussões em vários aspectos da nossa vida.
Percebi: ele deu uma arrumada melhor na sua divisão histórica, antes falava nas fases – tempos de espírito – oral, da escrita e do digital.
Hoje, inclui a relevância do alfabeto e da mídia de massa como passagens proeminentes, etapas da evolução da mídia, as quais chamou de midiosfera. E começa a fazer a relação entre estas mudanças na política, na economia (até onde ele mostrou por lá).
Mas foi só no sábado, pedalando, quando a poeira do encontro assentava, que me veio claramente a importância do legado de Lévy: ele tem influenciado um amplo leque de pesquisadores pelo país afora, dentre os quais me incluo.
Lévy propõe, na verdade, ver o mapa mundi de cabeça para baixo.
Explico.
Alguns pensadores ao longo da histórica tiveram esse mérito. Pegaram um ponto adormecido da maneira que olhávamos o mundo e repensaram, recolocaram ou trouxeram luz. Deram-nos a possibilidade de ver a realidade sob outro ponto de vista, a partir de problemas que não podiam mais ser pensados da mesma maneira, pois geravam crises de percepção. E essas, por consequência, desembocavam em crises práticas.
(Basta ver o despreparo das organizações para lidar com a rede digital.)
Entre outros:
  • Darwin, Marx – Evolução, Economia, Ideologia – Século XIX;
  • Freud, McLuhan, Einstein – Inconsciente, Comunicação, Relatividade – Século XX;
  • Lévy – Conhecimento, Mídia, Informação – Século XXI.
A grande bandeira de Lévy é muito ousada e, portanto, tão difícil de ser digerida pela sociedade e, principalmente, pelo dito mercado.
Ele nos propõe a repensar completamente o papel do conhecimento / informação / comunicação na sociedade, pois víamos esses fatores como algo secundário influenciado pela política e economia, por exemplo.
Eram condicionados e não condicionantes.
A chegada da internet nos colocou uma realidade na qual este tipo de visão não é tão eficaz, pois a sociedade começa a fazer macro-mudanças inexplicáveis por causa da chegada da rede.
Novas empresas, novos movimentos políticos, novas formas de se vender, de comprar, de se informar, se comunicar, de se relacionar. E não é nem a economia, nem a política e nem o social que estão provocando tais fatos, mas a macro-mudança no ambiente da mídia e isso envolve o conhecimento, a informação e a comunicação.

Como isso é possível dentro das teorias atuais?

Ou seja, a rede digital criou um desafio teórico encarado por Lévy. E gerou, a partir de suas teorias, uma crise paradigmática, de concepção, que nos faz repensar a base de como vemos a sociedade e nós mesmos.
Lévy sugere inverter o mapa conceitual vigente, demonstrando, por meio de uma lógica histórica, que, ao contrário de nossa vã filosofia, na qual o conhecimento / informação / comunicação, encapsulados em uma nova mídia, criam a estrada pela qual a economia, a política e a sociedade irão trafegar de forma radicalmente diferente no futuro.
E não, como achávamos antes, o contrário.
Ou seja, se não entendermos as mudanças neste campo não conseguiremos entender a dos outros. Isso é uma ruptura radical na nossa maneira de enxergar a realidade! E o principal desafio teórico do século XXI. É o mundo teoricamente de cabeça para baixo.
A nova rede digital influencia a sociedade, pois essa passa a influenciar a rede, mas sem a rede, a sociedade não poderia se influenciar e ser influenciada.
Ele lembra: há momentos na história, tal como a chegada da fala, da escrita, do alfabeto, da mídia de massa, da internet, que uma grande mudança serve como marco e permite outras ocorrerem em larga escala.
Não é causa, mas uma forte consequência. Lévy deixa isso claro: não é a mídia a criadora da mudança, mas sem ela as mudanças seguintes não serão e não foram possíveis.
A nova mídia é o berço no qual o bebê se deita.
Ponto.
Outros autores, principalmente historiadores, falaram algo parecido, mas não com a clareza, simplicidade e o alcance que os pensamentos de Lévy atingiram na sociedade entre uma parcela importante de pesquisadores e pensadores, principalmente os menos preconceituosos e menos dogmáticos.
Leia abaixo com cuidado essa comparação entre economia x mídia para reforçar a ideia do que influencia o que.
Lévy apresenta: a chegada de novas mídias afeta e permite a economia das caçadas, da agricultura, do comércio industrial e agora da economia do conhecimento.
Assim, podemos dizer: o erro teórico principal atual é ignorar o papel da chegada da rede digital como um fator relevante de análise para o futuro!
Por exemplo, quando se analisa os recentes movimentos dos países árabes ou europeus (Espanha ou Inglaterra), lembra-se do papel da rede, mas não se imagina que estamos procurando construir uma nova forma de fazer política, viável agora com o novo ambiente da mídia.
Só uma visão Levyniana permite ver com mais amplidão estes fenômenos, como primeiros passos de uma nova forma de fazer política e não movimentos isolados do movimento histórico do avançar de uma nova mídia “desintermediadora”.
Ou quando se fala do futuro da economia (capitalismo cognitivo e/ou digital) e da política (2.0) não se enxerga, quase nunca, o papel que a nova rede digital terá de forma contundente, marcante nesse processo, fundando uma nova civilização.
Onde você lê isso com destaque nas revistas de economia? Ignoram as teorias de Lévy e de outros que caminham na sua trilha, tal como Castells no Brasil e no mundo.
Esse é o principal papel de Lévy para as teorias sobre a sociedade. Olhávamos o mundo da economia, da política e da sociedade como influenciadores do conhecimento, da informação e da comunicação e não o contrário.
E é esse mapa_teórico_mundi invertido que estamos vivendo hoje e é tão difícil de aceitar e ver de forma distinta.
Lévy apresenta um atalho mais eficaz para compreender o mundo, mas a sociedade não quer ver, ignora, pois estamos, como sempre estaremos, no piloto automático, avessos às novas ideias radicais, como sofreram os pensadores associativos/sintéticos do passado como Marx, Freud, Darwin, Einstein, entre outros.
Nessa direção vale a leitura do texto “A nova psicologia da liderança estratégica“, da Harvard Business Review, edição brasileira, de julho, de Giovanni Gavetti, parte do texto pode ser lido aqui.
Gavetti nos diz: ao se pensar o futuro, as pessoas (principalmente os estrategistas) tendem a vê-lo com os olhos do passado e, no máximo, do presente imediato. Perde-se muito tempo em análises externas (fatos) e não internas, ou “nossos processos mentais” (como pensamos).
Ou a maneira equivocada, viciada, domesticada de vermos o mundo. Que os estrategistas (responsáveis pelos cenários do porvir) tendem a chegar as mesmas conclusões, pois pensam de uma forma muito esquemática e pouco criativa, não associam, apenas somam as informações.
Que as grandes oportunidades disponíveis (e as mais lucrativas) não serão atingidas se continuarmos pensando de forma usual.
Que temos a tendência de nos deixar levar pelos pensamentos cognitivamente próximos cognitivamente distantes. daquilo que as empresas fazem e rejeitar ideias
Para isso, segundo ele, é preciso praticar um tipo de cognição associativa externa ao senso comum.
(Vejo hoje no mercado justamente essa GRANDE dificuldade ainda mais por que somos filhos, netos e bisnetos da escola não-associativa muito mais baseada na memória do que na criatividade).
Estamos tão viciados e tão aflitos para resolver os problemas do hoje (fala-se em valor e lucro imediato) como se todos estivessem vendo o mundo de forma prática, mas no fundo da mesma maneira.
Aqui vale chamar o Cortella: “O mundo ocidental capitalista especializou-se nos “comos” e deixou de lado os “por quês”” – (do Livro “Qual é a tua obra?” que considerei um dos melhores de 2011.)
Queremos resolver o como e não perguntamos os por quês das coisas, onde estão as grandes mudanças geradoras das grandes oportunidades! Nos meus cursos, muitos dos participantes querem tudo mastigado, pois não querem pensar cognitivamente distantes. Acham pouco prático algo extremamente útil.
Querem resolver demandas e não criar demandas, a partir de um cenário construído por ideias distantes como estas do Lévy e afins. Mas, como lembra Gavetti precisamos olhar as coisas de forma diferente se quisermos pensar a estratégia de forma mais eficaz.
E é justamente isso que Lévy traz para o mundo.
Essa visão cognitiva distante de Lévy, que bate de frente com a visão do mundo apressado em ganhar dinheiro para ontem, mas cada vez mais cego para as grandes oportunidades que pensadores associativos/sintéticos projetam de forma eficaz para o futuro.
Justamente onde estão as grandes oportunidades de gerar valor. Ou seja, quer se gerar valor, desde que não precise mudar quase nada!
É o valor da mesmice!
Esse é o dilema (e mesmo o drama) dele e da nossa civilização, a primeira da nova era digital.
Nossas cabeças cognitivamente viciadas não conseguem (por enquanto) compreender o que, de fato, vivemos e o mega-desafio adiante.
Lévy está aí para ajudar, mas quem quer, de fato, ouvi-lo e praticar?
Fica tudo uma grande curiosidade, mas quando acaba todo mundo volta para casa e para a sua mesa de trabalho… Ouve-se: ok, agora vamos voltar para “a realidade”

Fonte: Webinsider

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O plano de carreira do profissional digital é espiral

O profissional luta por um tempo curto para gerar resultados positivos na web e consegue. Se a empresa não reconhece isso na mesma velocidade, ele sai. Falta diálogo.

No mercado de publicidade digital temos acompanhado duas grandes características: a falta de profissionais qualificados e a velocidade com que os profissionais que existem trocam de empresas.

A primeira é mais fácil de entender – a falta de profissionais qualificados para lidar com as novas técnicas e mídias que a internet disponibiliza. Essa dificuldade acontece exatamente por conta da alta velocidade com que as mudanças acontecem nesse “novo mundo”. Faltam instituições de ensino já atualizadas com as novas teorias, professores em condições de preparar esses profissionais e empresas que consigam de fato estudar e utilizar de forma adequada esses novos formatos para assim estimularem a qualificação de suas próprias equipes.

Uma pesquisa do instituto Sensus, encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e divulgada este mês (16/08), indica que a maioria dos brasileiros – 55,1% – ainda não tem acesso à internet. Todo esse contexto nos mostra que a dificuldade tende a se manter ainda por algum tempo, pois as mudanças necessárias ainda precisam ser feitas em escala nacional em diversos níveis.

O segundo ponto é a velocidade com que os profissionais já inseridos nesse novo mercado mudam de emprego. É nítido que uma das causas dessas mudanças está diretamente relacionada ao contexto anterior: com poucos profissionais no mercado, as empresas buscam seus profissionais em outras empresas, gerando uma espécie de leilão nos valores e propostas salariais, onde quem paga mais, leva.

Mas eu gostaria de apontar outro aspecto que tem como ponto central a percepção do próprio profissional web sobre a sua carreira.

A velocidade com que uma idea na web pode gerar resultados para uma marca/empresa é espantoso. Em questão de dias uma campanha ou uma frase publicada podem aumentar o valor de uma marca ou comprometê-la totalmente. O profissional digital competente sabe disso e está acostumado com essa velocidade, pois já sabe utilizar essa característica como ferramenta de trabalho. Mas ele espera que sua carreira consiga crescer com uma velocidade similar com a que ele traz resultados.

Se a web consegue trazer resultado rápido, eis um grande desafio para os diretores e gestores de recursos humanos: como manter essa profissional satisfeito o suficiente para continuar lutando por melhores resultados? Não é uma pergunta fácil de responder, pois uma folha de pagamento dando saltos a cada dois meses pode quebrar uma empresa.

Reunidos esses dois aspectos surge uma nova realidade nos planos de carreira, a qual chamei de “plano de carreira em espiral”. O profissional luta por um tempo relativamente curto para gerar resultados positivos na web e, se é competente, consegue. Se a empresa não reconhece isso na mesma velocidade, ele busca facilmente uma lista de outras empresas com vagas abertas, pois há muitas vagas abertas.

Quando digo reconhecimento, digo claramente valor de salário + benefícios para o profissional, ou seja, coisas que realmente afetam e melhoram a sua vida pessoal. Conversando com a outra empresa, por conta do déficit de profissionais e pelos resutados alcançados na empresa anterior, geralmente ele sai para um cargo melhor e salário maior, quando começa novamente a lutar por resultados e todo o ciclo recomeça.

Aparentemente são ciclos curtos de 6 a 24 meses que fazem com que o profissional, em dez anos, tenha passado por mais de cinco empresas sem que isso seja visto como um ponto negativo em seu currículo.

Obviamente que a análise de um currículo com “quilometragem alta” ser positiva, depende, entre outros aspectos, dos motivos pela troca de emprego tão frequente. À repetição desses ciclos subindo para o objetivo de alcançar uma estabilidade na carreira, que seria uma posição de destaque no mercado, chamei da “Espiral”.

Vemos então uma troca clara na gestão da carreira do ponto de vista do empregador e do funcionário. As empresas que insistirem em trabalhar com o modelos júnior (menos de 3 anos), pleno (3 a 5 anos) e sênior (+ de 7 anos) na web podem ter problemas na gestão desse profissional de alto desempenho, pois é um crescimento lento demais para tudo que ele pode produzir na web nesse tempo.

Por outro lado, este novo profissional precisa ter condições de dialogar com a empresa em que trabalha de forma clara expondo suas expectativas sobre sua carreira, auxiliando assim o empregador a mantê-lo, dando feedbacks constantes e dividindo suas insatisfações para que não pareça que ele está se aproveitando levianamente dessa nova realidade que se apresenta.

Fonte: Webinsider

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O profissional da informação diante da colaboração

Ferramentas de colaboração dão às unidades de informação recursos poderosos e gratuitos, mas que necessitam ser compreendidos, planejados e geridos.

O homem é um ser social. Ponto! Isso significa que depende 100% da comunicação, da interação, com outros seres de sua espécie, para garantir sua sobrevivência e sanidade mental. Do primeiro choro, ao nascer, até o tuitar, o ser humano está se comunicando, interagindo e… produzindo documentos: sonoros, textuais, audiovisuais, hipermídia!

Toda comunicação estabelecida entre nós é passível de ser documentada e compartilhada. Produzimos dados. Dados analisados geram informação, que gera documentos, que geram novos conhecimentos, que geram novos dados. Este ciclo informacional literalmente move o mundo habitado por seres humanos, que o retro-alimentam, pois dele dependem.

Produzimos, e armazenamos, em unidades de informação, documentos nos mais variados formatos/gêneros [texto, áudio, vídeo...] e suportes [papel/analógico, ótico, digital, on-line...].

Estes documentos são tratados pelos profissionais da informação para atenderem às infinitas necessidades informacionais de todos os setores de nossa vida.

A maneira como o homem registra, escreve e documenta a informação de sua época, bem como o(s) suporte(s) e formato(s) que utiliza revela(m) a época. Historicamente passamos da pictografia [25 mil anos a.C] para a escrita [4 mil a.C], da escrita para a imprensa/Gutenberg [séc. XV] e da imprensa para a internet [séc. XX].

A história também nos mostra que a informação [conteúdo] evoluiu no mesmo ritmo da comunicação [veículo, meio]. As TICs [tecnologias de informação e comunicação] impactaram o sistema informacional de tal forma, nestas duas últimas décadas, pela quantidade, formato, suporte e velocidade, que geraram uma ruptura nesse sistema. Essa ruptura tem sido chamada de 2.0.

Ocorre que, em tempos de web 2.0, o sistema informacional reverteu sua posição de verticalizado para horizontalizado. A horizontalização da informação, ao ser produzida e compartilhada/distribuída por qualquer um de nós é a questão central a ser colocada na mesa de discussão, especialmente pelos profissionais da informação.

A formação profissional tradicional está focada no sistema informacional vertical, ou seja, os produtores são poucos e detém o poder da veiculação da informação.

As regras do jogo mudam no sistema informacional horizontalizado. Os produtores são muitos, que distribuem para muitos, sem intermediários e sem custo, na maioria das vezes. A informação está sendo produzida e distribuída de forma desterritorializada e atemporal. Ela é híbrida, líquida, ubíqua, customizável, interoperável e hipertextual. Os canais de distribuição são móveis, sem fio e táteis.

Como o profissional da informação deverá encarar esse novo paradigma? Onde armazenar e como recuperar a informação nesse ambiente? Quando e quais ferramentas 2.0 deverá utilizar, e para quais serviços? Como ser um profissional da informação 2.0? Em quais situações está sendo exigido do profissional um comportamento 2.0? Por outro lado, quais barreiras institucionais poderão existir? Como deverão ser enfrentadas? Quantos de nós estamos realmente preparados para vivermos em um ambiente informacional horizontalizado? A tecnologia está pronta mas … a quantas anda a interoperabilidade humana necessária para que esse momento de ruptura 2.0, que estamos vivenciando atualmente, seja resolvido?

É senso comum a necessidade da educação continuada para profissionais da informação para que entendam e possam atender às demandas geradas por este momento de ruptura 2.0. Os modelos comunicacionais e de gestão da informação verticalizada já não são mais adequados. O cidadão comum registra e compartilha notícias antes de qualquer rede de TV, a partir de qualquer lugar do planeta. Há uma mudança urgente a ser feita.

Mas onde? Como? Qual a melhor direção a tomar para meu tipo de negócio, minha empresa, minha instituição? Novos produtos e serviços são possíveis, mas quais deles são factíveis a curto, médio e longo prazos?

A capacitação dos usuários finais dos novos produtos e serviços também faz parte desse cenário construído pela ruptura 2.0. Especialmente no nosso país, que carece de alfabetização digital. Estamos à procura de novos caminhos 2.0. E ao caminhante na nuvem só resta uma opção: caminhar!

Fonte: Webinsider

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Se a TV educa, a internet pode ensinar mais ainda

Um país com tamanha carência de educação precisa deixar o preconceito de lado e aprender a utilizar melhor o potencial da internet.

Quando eu era criança assistir muita TV era proibido, história em quadrinhos também. Havia um consenso que faziam mal para as crianças.
As emissoras passavam filmes de Gary Cooper e Judy Garland durante as tardes e nas madrugadas assistíamos Humpfrey Bogard e Charles Chaplin, em grandes musicais e filmes épicos, mas ainda assim a TV era criticada, independente do conteúdo.
Uma coisa parecida ocorria com as histórias em quadrinhos, as professoras reclamavam que os gibis deixavam os alunos preguiçosos e sem folego para encarar qualquer livro que não fosse ilustrado.
O tempo passou e hoje a TV é responsável pela integração da nação, nossas produções e novelas levam cultura e nossos valores para brasileiros e para centenas de outros países, só o Telecurso 2000 fez e continua fazendo mais pela educação e formação do país que milhares de Secretarias da Educação jamais fizeram.
Os quadrinhos foram reconhecidos como literatura e ocupam sessões em bibliotecas e livrarias, seus autores viraram celebridades e Hollywood transformou em filme até o personagem mais sem graça da Marvel.
Hoje a internet passa pelo mesmo processo – é demonizada por educadores e intelectuais; os argumentos são os mesmos e os pais continuam gritando para os filhos sairem da frente do computador.
Jamais tivemos um aparelho em casa com tamanha capacidade de comunicação e conhecimento. Se os adolescentes ficavam pendurados no telefone, agora é no MSN e Skype. As conversas são quase as mesmas só mudou o aparelho.
Antes de simplesmente criticar e ficar regulando horário, precisamos pensar na qualidade do uso que nossos filhos estão fazendo da Web, que pode ser uma porta de entrada para muita coisa útil, uma enciclopédia universal maravilhosa em todas as linguas e com todas as imagens.
Na internet existe informação, cultura, lazer, oportunidades de trabalho e estudo.
Internet é o novo telefone, a nova TV, o novo cinema, quadrinhos e literatura, pode ser a nova escola. Só precisamos deixar o preconceito de lado, pois um país com tamanha carência de educação precisa aprender a utilizar todo este potencial.

Fonte: Webinsider

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dividir virou negócio com o consumo colaborativo

                                Livro "O Que É Meu É Seu", editado no Brasil pela Bookman: bens e espaços ociosos são crime para a turma do consumo colaborativo

Compartilhar carros, ferramentas, quartos ou jardins pode ser econômico, prático e ajudar a salvar o planeta — eis a ideia por trás da ascensão do consumo colaborativo.
Uma furadeira elétrica, um BMW e uma camiseta de criança são mais parecidos uns com os outros do que pode supor uma análise superficial. Embora sejam bens de consumo diferentes, os três têm em comum uma característica básica — são muito pouco usados pelos donos.
Um automóvel de tamanho médio toma 18% da renda de um americano ou europeu e, no entanto, costuma ficar parado 22 horas por dia. A furadeira, apesar de ser uma ferramenta de que todo mundo um dia precisa, é usada de 6 a 13 minutos em toda a sua vida útil. Finalmente, todo pai sabe que crianças crescem rápido, o que faz com que roupas ainda novas percam a utilidade de uma noite maldormida para a outra.
Se pudéssemos dividir o custo e o uso de bens como esses, a despesa por pessoa cairia e produtos caros não passariam a maior parte do tempo ociosos. Essa ideia, tão simples quanto transformadora, deu origem a um novo tipo de negócio.
Escrito por uma marqueteira e um investidor americanos, o recém-lançado livro O Que É Meu É Seu (editado no Brasil pela Bookman) destrincha o mundo do consumo colaborativo (como o movimento de compartilhar produtos foi batizado). Os autores não escondem que, além de interessados em descrever um negócio em ascensão, são apaixonados pela ideia e o que há de sustentável por trás dela.
Trata-se, escrevem eles, de algo tão poderoso quanto a Revolução Industrial, mas às avessas: em vez de aumentar o uso de recursos e excitar compras por impulso, faz o contrário. Na cultura do compartilhamento, a propriedade é pecado e a ociosidade, crime inafiançável.
Nenhuma empresa ganhou tanta notoriedade aproveitando essa tendência quanto a locadora de automóveis americana Zipcar, fundada em 2000.

Fonte: Revista Exame

Dividir virou negócio com o consumo colaborativo

Livro "O Que É Meu É Seu", editado no Brasil pela Bookman: bens e espaços ociosos são crime para a turma do consumo colaborativo

Compartilhar carros, ferramentas, quartos ou jardins pode ser econômico, prático e ajudar a salvar o planeta — eis a ideia por trás da ascensão do consumo colaborativo
São Paulo - Uma furadeira elétrica, um BMW e uma camiseta de criança são mais parecidos uns com os outros do que pode supor uma análise superficial. Embora sejam bens de consumo diferentes, os três têm em comum uma característica básica — são muito pouco usados pelos donos.

Um automóvel de tamanho médio toma 18% da renda de um americano ou europeu e, no entanto, costuma ficar parado 22 horas por dia. A furadeira, apesar de ser uma ferramenta de que todo mundo um dia precisa, é usada de 6 a 13 minutos em toda a sua vida útil. Finalmente, todo pai sabe que crianças crescem rápido, o que faz com que roupas ainda novas percam a utilidade de uma noite maldormida para a outra.

Se pudéssemos dividir o custo e o uso de bens como esses, a despesa por pessoa cairia e produtos caros não passariam a maior parte do tempo ociosos. Essa ideia, tão simples quanto transformadora, deu origem a um novo tipo de negócio.
Escrito por uma marqueteira e um investidor americanos, o recém-lançado livro O Que É Meu É Seu (editado no Brasil pela Bookman) destrincha o mundo do consumo colaborativo (como o movimento de compartilhar produtos foi batizado). Os autores não escondem que, além de interessados em descrever um negócio em ascensão, são apaixonados pela ideia e o que há de sustentável por trás dela.
Trata-se, escrevem eles, de algo tão poderoso quanto a Revolução Industrial, mas às avessas: em vez de aumentar o uso de recursos e excitar compras por impulso, faz o contrário. Na cultura do compartilhamento, a propriedade é pecado e a ociosidade, crime inafiançável.
Nenhuma empresa ganhou tanta notoriedade aproveitando essa tendência quanto a locadora de automóveis americana Zipcar, fundada em 2000.

sábado, 25 de junho de 2011

Edmir Perrotti: "Biblioteca não é depósito de livros"

Idealizador de redes de leitura em escolas diz que é função do educador ajudar os estudantes a processar as informações do acervo.

Desafios como a criação do hábito da leitura entre crianças e adolescentes, as novidades tecnológicas, a ampliação do acesso ao ensino e a sofisticação do mercado editorial levaram o professor Edmir Perrotti a uma nova concepção de biblioteca escolar e de seu papel pedagógico.

Com formação em Biblioteconomia - área que combinou com seu interesse em Educação -, ele é docente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, conselheiro do Ministério da Educação para a política de formação de leitores e autor de livros infantis.

Perrotti orientou a implantação de redes de bibliotecas inovadoras nas escolas municipais de São Bernardo do Campo, Diadema e Jaguariúna, no estado de São Paulo. Nessas estações de conhecimento, como ele prefere chamá-las, a aprendizagem é estimulada pela presença de suportes tecnológicos, como o computador e a televisão.

Em um ambiente que convida as crianças a descobrir e aprofundar o prazer da leitura, os livros convivem com outras linguagens, como a do teatro. "Assim trabalha-se o contato com as informações e também o processamento delas", diz. Ex-professor da Universidade de Bordeaux, na França, e de escolas de Ensino Fundamental no Brasil, além de editor e crítico literário, Perrotti concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA.

O que deve orientar a constituição de uma biblioteca escolar?

Ela não pode restringir-se a um papel meramente didático-pedagógico, ou seja, o de dar apoio para o programa dos professores. Há um eixo educativo que a biblioteca tem de seguir, mas sua configuração deve extrapolar esse limite, porque o eixo cultural é igualmente essencial. Isso significa trazer autores para conversar, discutir livros, formar círculos de leitores, reunir grupos de crianças interessadas num personagem, num autor ou num tema. A biblioteca funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo.

De que modo se realiza essa abertura para fora da escola?

O responsável pela biblioteca tem o papel de articular programas com a biblioteca pública e fazer contato com a livraria mais próxima, além de estar atento à programação cultural da cidade. Há uma série de estratégias possíveis para inserir a criança num contexto letrado. A biblioteca precisa ter outra finalidade que não seja simplesmente a de um depósito de onde se retiram livros que depois são devolvidos. Nós não trabalhamos mais com a idéia de unidades isoladas. O ideal é formar redes, um conjunto de espaços que eu chamo de estações de conhecimento, cujo objetivo é a apropriação do saber pelas crianças.

Qual é a necessidade das redes?

Com o atual excesso de informações e a multiplicação de suportes, nenhuma biblioteca dá conta de todas as áreas em profundidade, até porque não haveria recursos para isso. O trabalho tem de ser compartilhado com outras unidades da rede, por meio de mecanismos de busca informatizados. Por exemplo: a escola guarda um pequeno acervo inicial sobre arte, mas, se o interesse for por um conhecimento aprofundado, recorre-se a uma biblioteca especializada na área. Hoje não há mais condições de manter o antigo ideal de bibliotecas enciclopédicas, que abarcavam todas as áreas de conhecimento.

Quem deve ser o responsável pela biblioteca?

Processar as informações e criar nexos entre elas é um ato educativo. O responsável, portanto, é um educador para a informação, que nós chamamos de infoeducador, um professor com especialização em processos documentais. Uma rede de bibliotecas tem uma plataforma de apoio técnico-especializado, que é a área do bibliotecário, um especialista em planejamento e organização da informação. Junto com ele trabalham os educadores, que são especialistas em processos de mediação de informação. Dar acesso ao acervo não basta para que o aluno saiba selecionar e processar informações e estabelecer vínculos entre elas.

De que modo se estimula a autonomia numa biblioteca?

É preciso desenvolver programas para construir competências informacionais. Isso inclui desde ensinar a folhear um livro — para crianças bem pequenas — até manejar um computador. Antigamente imperava a idéia de que os adultos é que deveriam mexer nas máquinas e pegar os livros na estante. Hoje deve-se formar pessoas que tenham uma atitude desenvolvida, não só de curiosidade intelectual mas de domínio dos recursos de informação. Essa é uma questão essencial da nossa época.

Por que a escola tem falhado em ensinar os alunos a processar informações?

Porque se acredita que basta escolarizar as crianças para formar leitores. De fato, a escola tem o papel de construir competências fundamentais para a leitura, mas isso não quer dizer formar atitude leitora. Hoje, o que distingue o leitor das elites do leitor das massas é que o primeiro tem um circuito de trocas. Ele participa do comércio simbólico da escrita, da produção à recepção: sabe o que é publicado, informa-se sobre os autores, encontra outros leitores etc. Já a criança da escola pública muitas vezes não tem livros em casa e só lê o que o professor pede. Ela não tem com quem comentar. Está sozinha nesse comércio das trocas simbólicas.

Qual é o mínimo necessário para o funcionamento de uma biblioteca escolar?

Estou convencido de que é a pessoa que trabalha ali, mediando relações entre a criança, a informação e o espaço. Não precisa ser alguém superespecializado, mas que compreenda a função da escrita e da imagem e que saiba qual é a importância daquilo na vida das pessoas. Assim, a compra de livros seguirá um critério de escolha consciente. É claro que é bom construir um ambiente agradável e funcional, mas não é indispensável, porque a leitura não depende das instalações da biblioteca; ela se dá em qualquer lugar.

Quem deve escolher o acervo?

Nós temos trabalhado um modelo em que a escolha é feita por todos os que participam dos processos de aprendizagem: professores, coordenadores, diretores e alunos. Formulários são colocados à disposição para que sejam feitas sugestões de compra. O infoeducador não só coleta esses dados como divulga, por meio dos quadros de aviso, as informações sobre lançamentos que saem na imprensa e na internet. Depois, ele vai analisar os pedidos, separá-los em categorias — livros importantes para os projetos em andamento, leituras de informação geral ou complementares etc. — e, com base nessas listas, a escolha é feita de acordo com os recursos disponíveis.

Como comprometer o aluno com a organização e a manutenção da biblioteca?

Ele participa da escolha do acervo e também pode estar pessoalmente representado nele, por meio de livros que ele escreve e de documentos de sua passagem pela escola. Uma parte do acervo vem da indústria cultural e outra é produzida internamente, com documentos e relatos referentes à história da instituição. Formar um repertório de dados locais cria relações com as informações universais.

Descreva a biblioteca escolar ideal ?

É aquela que possui todo tipo de recurso informacional, do papel ao equipamento eletrônico. O espaço é construído especialmente para sua finalidade e de acordo com quem vai usar. Se o público majoritário é infantil, a disposição dos móveis e do acervo deve permitir que a criança se mova com autonomia. É preciso ser um local acolhedor, mas que empurre rumo à aventura, porque conhecer é sempre se deslocar.

Por que se diz que os jovens não gostam de ler?

Os interesses mudam na passagem da infância para a adolescência e a leitura que era feita antes já não interessa tanto, mesmo porque cresce a concorrência de outras mídias. Essa é uma transição crítica e ainda não foram definidas ações específicas para promover a leitura nessa faixa etária. Os adolescentes identificam o livro com as tarefas da escola, que reforça essa percepção porque raramente sai da abordagem instrumental da leitura. E no âmbito social, entre os amigos, a leitura não está presente. Mesmo assim, essa fase é a das grandes paixões. Portanto, há um espaço enorme para promover a leitura entre os jovens.

É possível formar leitores por meio de políticas públicas?

O problema é saber que caráter elas têm. Eu não concordo com estratégias que pretendam ensinar os alunos a gostar de ler. A função do poder público é criar ambientes que dêem condições de ler, tentar despertar as crianças para as potencialidades da escrita, prepará-las para as competências leitoras — enfim, providenciar para que seja constituída a trama que sustenta o ato de ler. Mas gostar de ler é questão de foro íntimo, não de políticas públicas.

A escola deve obrigar um aluno a ler livros e freqüentar bibliotecas mesmo que ele não goste?

Não se pode deixar de perguntar por que esse aluno não gosta de ler. Ele teve uma relação negativa com a situação de aprendizagem? Ninguém lê em casa? Tem dificuldades de visão? Não domina o código? Não tem circuitos culturais a sua volta? Tudo isso pode e deve ser trabalhado. Agora, se ele teve apoio para experimentar a prática da leitura e prefere fazer outras coisas, não adianta forçar. É claro que não estou falando da leitura funcional, indispensável para a vida diária. Nesse caso, é obrigatório negociar com a criança o "não querer ler".

É melhor ler literatura de má qualidade do que não ler nada?

A pergunta já supõe que de fato existe uma literatura de má qualidade. Há leitores que são capazes de voar longe com um suposto mau livro, assim como há muitos trabalhos escolares que se utilizam de grandes textos, mas sufocam o interesse de aprender. Por outro lado, não é possível deixar o gosto do leitor imperar sozinho. É fundamental operar mediações entre as crianças e uma literatura que tenha condições de produzir significações importantes.

O uso do livro em sala de aula está em decadência?

Ele está aquém do que gostaríamos que fosse e também do que seria necessário. Mesmo assim, o livro está entrando nas escolas numa medida que não entrava, nem que seja por meio das distribuições feitas pelo Ministério da Educação e as secretarias estaduais e municipais. Há 50 anos nem sequer se sonhava com isso no Brasil. O problema maior é o de mau uso desses livros, com estratégias impositivas de leitura. Muitas vezes falta penetrar no avesso dos textos com as crianças e realmente mergulhar numa viagem de conhecimento, de imaginação.

Até que ponto as bibliotecas levam ao hábito da leitura?

Eu participei de uma pesquisa feita com as crianças usuárias das redes de biblioteca que ajudei a implantar no estado de São Paulo. Queríamos saber se elas estão incorporando a leitura a sua prática de vida e não apenas como lição de casa. Qual é a constatação? Houve um grande avanço e as crianças se mostram muito mais familiarizadas com os livros, mas infelizmente ainda não usam as novas competências para trocas culturais. Por exemplo: não têm o hábito de comprar e emprestar livros. A prática escolar não se transferiu para a prática cultural.

Há perspectiva de mudança para essa situação?

Eu vejo uma tendência de funcionalização. Os meios eletrônicos trouxeram, aparentemente, uma presença maior da escrita, mas o uso que se faz dela é cada vez mais abreviado. Vai-se transformando a língua no elemento mínimo para a transmissão da mensagem. Nós estamos a anos-luz de formar pessoas que, ao cabo do período de escolaridade, vão se relacionar com a escrita como uma ferramenta de conhecimento e de experiências estéticas, numa dimensão não pragmática. Restringir as ferramentas de linguagem a sua função utilitária é retirar de nós mesmos aquilo que nos humaniza — a capacidade de dizer de uma forma articulada. As novas bibliotecas têm de enfrentar essa questão.

Fonte: Revista Escola

domingo, 1 de maio de 2011

As três dimensões da informação (e a que interessa)

Existem incontáveis informações em circulação ao nosso redor e entender as diferenças entre elas ajuda a se gastar menos tempo para se ter muito mais.

Costumamos classificar as informações como um único grande bolo: apesar de existirem diversos sabores e recheios, consumimos tudo sem saborear, sem diferenciar cada tipo distinto.

Tenho pensado bastante nisso – e mais ainda agora, enquanto preparo meu novo curso sobre como lidar melhor com a explosão informacional em curso. Pois bem, acredito que temos três dimensões da informação:

Informações factuais. As coisas que acontecem no mundo, mortes, nascimentos, acidentes, compras, vendas, golpes, eleições, etc. As informações factuais nos enredam e perdemos a maior parte do tempo com elas. São diversos documentos, planilhas, relatórios e notícias e esses nem sempre seguem alguma lógica ou possuem base útil para as nossas atividades rotineiras. Acompanhamos fatos por meio da mídia, das redes sociais e – quase sempre – nos perdemos neles.

Informações teóricas. São aquelas que lidam com os fatos para lhes dar algum significado. Abordam questões de sobrevivência, de classificação de diferentes fenômenos. São importantes para nos ajudar a sobreviver no mundo e a compreender as coisas. Elas estão dentro de uma filosofia mais generalizada. Dão formas as estruturas ao nosso redor, apesar de nem sempre percebermos isso. São análogas aos softwares, aos aplicativos.

As informações teóricas guiam nossas práticas, mudam mais constantemente e estão intrinsecamente ligadas às decisões tomadas durante a nossa vida, afinal, nossas ações sempre são baseadas em alguma teoria. Esse tipo de informação é mais abordado em universidades e nas pós-graduações, apesar de ser pouco analisado durante o dia-a-dia. É como se estivesse gravado no nosso subconsciente.

Informações filosóficas. Aquelas que consolidam teorias para gerar algum significado. Tratam de questões do ser, das simbologias, da nossa relação com o desconhecido, com Deus ou poderes superiores, com a morte, etc. O famoso questionamento “ser ou não ser’ exemplifica muito bem esse perfil.

As informações filosóficas são constituintes, pouco mudam, estão coladas na nossa “placa mãe”, são invisíveis e são da ordem da superestrutura, mexem com movimentos macros. Abordamos pouco na escola, não temos tempo para elas no dia-a-dia, apesar de serem as nossas guias. São consideradas até mesmo verdades absolutas, nossa filosofia de vida, nossa religião, nossa maneira de pensar, quando, efetivamente, foram apenas construções de um coletivo de pessoas.

Ou seja, gastamos muito tempo com fatos, pouco com teoria e quase nada com filosofia.

Uma situação problemática

Quando há uma revolução da informação, como consequência acontece uma explosão informacional. Então, sugere-se inverter o triângulo e gastar mais tempo para compreender as filosofias, que abrangem as teorias e essas nos ajudam a analisar os fatos.

Analisar fato funciona em momentos de estabilidade, quando a lógica está consolidada, mas sempre existem abalos nas rupturas, como a que vivemos com a chegada da Internet. Nestes momentos, a filosofia nos ajuda a entender as diferentes teorias e com isso podemos ordenar melhor os fatos para perder menos tempo com o que é interessante, mas pouco relevante.

Conseguir resolver a crise informacional em curso é poder dedicar mais tempo na reflexão sobre as filosofias macros, pois elas estão em plena evolução. Ou melhor, são as bases das grandes mudanças em curso.

São estas mudanças que vão separar os modismos (fatos/teorias) das grandes alterações nos paradigmas. Será preciso rever as teorias para assim compreender melhor os fatos.

Isso se torna mais evidente e necessário em uma revolução informacional, pois essa descortina a falta de compreensão dos fatos e nos força a rever teorias. Dessa maneira fica evidente que nossas bases filosóficas não são nossa maneira de pensar, mas um arcabouço construído que deve ser reavaliado para rever teorias e, por fim, conseguir analisar melhor os fatos.

Tudo com o propósito de se gastar menos tempo para se ter muito mais.

Fonte: Webinsider

sexta-feira, 11 de março de 2011

O que faz um arquiteto de informação?

O arquiteto de informação deve entender que seu papel é enxergar todo o valor agregado a seus entregáveis, muito além do wireframe.

Hoje em dia é muito comum ouvir aqui e ali que alguém trabalha com arquitetura de informação. Como profissional da área há alguns anos, sempre tento me manter atualizado sobre o que acontece em nosso mundinho. Tenho pensado sobre uma coisa: será que as pessoas sabem o que faz um arquiteto de informação?

No nosso dia-a-dia interagimos com gerentes de projetos, editores, desenvolvedores, designers e outros profissionais (com profissões mais conhecidas que a nossa) e sabemos o papel de cada um. Será que eles sabem o nosso? Será que nós mesmos temos a noção de qual é? Além disso, será que nós sabemos qual deveria ser o nosso papel?

Muito além do wireframe

Normalmente estamos acostumados a sermos envolvidos em etapas específicas dos projetos, com a tarefa de entregar soluções para problemas específicos (um wireframe aqui, outro ali, essas coisas) e sem ter muito a noção do resto.

Sempre pensei que o papel de um arquiteto de informação não é simplesmente montar um wireframe ou decidir entre um menu horizontal ou vertical. O papel do arquiteto de informação não é ser piloto de Axure. Claro, ter essas habilidades técnicas é essencial e o domínio de ferramentas vem com o tempo.

O principal é entender que o arquiteto de informação deve enxergar os impactos que as decisões tomadas em um simples wireframe terão sobre o sucesso de um determinado projeto. É preciso ter uma visão estratégica, que seja abrangente.

Do começo ao fim

Como quase todos os AIs são profissionais vindos de outras áreas, geralmente temos habilidades que nos permitem enxergar além dos quadradinhos que desenhamos. E é isso que precisamos mostrar para nossos parceiros de projetos: nossa capacidade de contribuir com o todo, desde o planejamento até as etapas mais decisivas de um projeto.

Cada pedaço do wireframe será importante para garantir que a estratégia de um produto tenha sucesso. O arquiteto de informação precisa entender que seu papel é enxergar todo o valor agregado a seus entregáveis. É conhecer e lembrar a estratégia de um produto, do começo ao fim, na hora de tomar decisões.

Que sabemos desenhar wireframes, ninguém duvida. Mas o que podemos oferecer além disso?

Fonte: Webinsider

quarta-feira, 9 de março de 2011

Guia de carreiras: biblioteconomia

Internet amplia o mercado de trabalho dos bibliotecários.

'Dificilmente um recém-formado fica desempregado', diz William Okubo.

Considerado organizador de informações e dicionário de sinônimos, o bibliotecário não vê seu mercado de trabalho ameaçado pela internet. Pelo contrário, William Okubo, de 36 anos, bibliotecário da Mário de Andrade, em São Paulo, diz que toda a informação, independente do formato, precisa ser organizada, e sites como o Google acabam ampliando o mercado para estes profissionais. Conheça um pouco mais sobre a profissão no Guia de Carreiras desta terça-feira (8).

“Nem sempre a informática tem a solução para tudo. Organizar a informação será sempre necessário, por mais que a tecnologia se desenvolva, o homem estará por trás dela”, afirma Okubo.

Para Okubo, enciclopédias e dicionários podem cair em desuso, porém as bibliotecas ainda guardam documentos, memórias e histórias que não estão digitalizadas. “Pode acontecer de daqui a 50 anos, o bibliotecário não ter mais o espaço físico de trabalho dentro de um escritório, por exemplo. Vai trabalhar on-line, dando informações a distância e fazendo o trabalho de filtro para as pessoas não perderem tanto tempo pesquisando.”

O profissional formado em biblioteconomia está habilitado a trabalhar em bibliotecas e centros de documentação e memória. No curso de graduação, o estudante aprende técnicas e códigos para organizar acervos de livros, documentos ou fotografias.

Segundo Okubo, que se formou em 1998 pela Universidade de São Paulo (USP), o mercado de trabalho para os profissionais formados em biblioteconomia está aquecido em virtude do crescimento da economia. “Toda empresa produz conhecimento, e o bibliotecário pode atuar como buscador e organizador de informações. Dificilmente um recém-formado fica desempregado, a oferta de estágios é grande. E depois de formado se insere com rapidez.”

Cada livro publicado possui uma catalogação na fonte, é uma espécie de ficha onde há o endereço da obra que pode ser identificado no mundo todo. Por meio desta ficha que está cadastrada no sistema do computador das bibliotecas, os bibliotecários conseguem localizar determinado livro através do título, nome do autor, ou outro dado, em poucos minutos.

Outra função do bibliotecário é ter habilidade para interpretar o que usuário pesquisa. “Fazemos papel de dicionário de sinônimos. Quadrinhos podem ser chamados de HQ ou literatura em movimento. E tudo isto tem de estar no sistema”, diz.
Um dos desafios atuais dos profissionais, segundo Okubo, é criar uma rede nacional das bibliotecas, assim como ocorre nos Estados Unidos. No Brasil, a única iniciativa do gênero é a Unibibliweb que reúne em um portal os acervos da USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Fonte: G1

sábado, 5 de março de 2011

Relacionamento interpessoal: a prática na prática

Boa parte do sucesso na vida pessoal e profissional está na forma como nos relacionamos e nos envolvemos com outras pessoas. E agora com internet.

Somos uma contradição ambulante; onde afinal queremos permanecer? De longe somos perfeitos, mas habilmente capazes de evoluir em nossa vida profissional e pessoal. Entenda onde você quer chegar e agarre esta nova oportunidade.

Certamente você já disse: – Não ligo para o que as pessoas pensam de mim. Mas seguramente lhe respondo: – Você deveria começar a prestar atenção ao que elas têm a dizer.

Estamos em um momento de constantes mudanças interpessoais e estar preparado para enfrentá-las de forma plena e segura é o que faz toda a diferença. Digo isso porque estamos vivendo numa era inigualável de oportunidades e descobertas pessoais.

Todos sabem que a internet representa uma das maiores mudanças culturais desde a invenção da imprensa, mas acredito que a sociedade está aos poucos reconhecendo que ela é a maior mudança de todos os tempos com relação à forma como nos relacionamos e nos envolvemos com outras pessoas.

Uma coisa é certa e inquestionável: a oportunidade vai onde as pessoas certas se colocam – e se encontram.

Não se preocupe em responder a todos os critérios de avaliação: habilidades são baratas, mas o interesse não tem preço.

A eficácia de um bom relacionamento está no equilíbrio; é necessário aprendermos a ouvir para nos envolvermos com qualidade. Ouvir implica paciência, mente aberta e vontade de compreender – qualidades supremas do carácter.

Todo bom relacionamento requer uma boa dose de sinergia. Quando você se comunica sinergicamente, está abrindo sua mente para um caminho novo de descobertas relevantes, de expressão e novas alternativas de diálogo; o que vem a ser o início de uma nova e positiva frente interpessoal.

Compreenda que você não vive amarrado a seus conceitos. Nossas percepções e ações podem ser muito diferentes visto por outros olhos, por isso nunca é tarde para começar uma nova postura com seu trabalho e com sua vida pessoal. Ambas são a soma uma da outra, cabe a nós nos distinguirmos entre tantos.

Fonte: Webinsider

terça-feira, 1 de março de 2011

A intermediação da informação em outro patamar

Não existe informação sem intermediários. O que está acontecendo é uma mudança radical na intermediação da informação. Passamos a trabalhar um degrau acima.

Muita gente fala em desintermediação com a chegada da rede digital. Andei falando nisso um tempo, mas já passou.

O fenômeno informacional precisa de intermediários. Não existe informação sem intermediários.

Um pássaro voando não é informação, até que alguém transforme-o na dita cuja. Veja a fábula do boi no pasto que fiz aqui.

O que está acontecendo é uma mudança radical na intermediação da informação em:
  •  Quem faz
  •  E como faz
 No mundo 1.0 (antes da rede digital) havia profissionais que detinham o poder de selecionar os documentos, disponibilizá-los em dado local, de difícil acesso e permitir pessoas a acessá-los; eram os “reis do documento preto”. (Assim como depois da Idade Média os padres perderam a vez para as editoras, que se transmutaram em rádio, tevê….)
 
Eram eles que tinha a função de selecionar, representar e disponibilizar os documentos para os usuários, que ficavam a mercê destes talentos para achar no tempo devido o que procuravam.
 
Essa intermediação que foi um sucesso inegável nos últimos séculos ficou lenta demais para o tamanho da nossa população.

A base da informação de qualidade é uma harmonia entre volume, tempo e custo. Nenhum destes fatores pode sair de uma taxa razoável. O mundo 1.0 passou a fornecer uma informação cara, demorada num volume cada vez maior. Deu zebra!
 
A rede digital vem corrigir o macroambiente informacional, aumentando o volume cada vez mais, mas reduzindo o tempo e baixando o custo.

Como? Hoje está tudo a um clique. Economizamos para chegar na informação que queremos.

Entram as ferramentas de buscas, que dão relevância a partir da procura dos usuários. O usuário passa a participar de forma mais efetiva na qualificação, inclusão, representação da informação.

O profissional de informação deixa de ser o “dono da representação” e da chave do cofre e passa a ser um administrador da plataforma para ajudar a comunidade a incluir e representar, preservando um passado arquivístico importante.

Facilita a cópia e a alteração dos documentos, transformando-os de sólidos em líquidos. O mundo 2.0 precisa assim ser mais rápido e mais barato ao lidar com tanta informação. Não há mais espaço para um intermediário 1.0, que ficava censurando, protegendo, guardando a informação.

Porém, não se perde o papel de uma intermediação mais sofisticada que possa ampliar o significado, pois, ao mesmo tempo que barateamos o custo e aumentamos a velocidade, também, com a rede, multiplicamos, em muito, o volume.

Assim, um intermediário 2.0 salta de um produtor de informação para um gestor de comunidades produtoras/consumidoras de informação. Passamos trabalhar um degrau acima.

Um médico é também um gestor das informações que seus usuários obtém no Google. Um jornalista tem também que aprender a fazer seu trabalho, absorvendo o material dos leitores, bem como seus comentários. É um novo intermediário mais sofisticado.

O profissional da informação, pelo seu lado, passa a ser o responsável por criar e administrar as plataformas que a interação dessas comunidades digitais em rede.

A forma como elas vão ser estruturadas e concebidas ajuda ou atrapalha a relação dos intermediários.

Peguemos o caso do Facebook. O usuário troca o que quer, desde que seja no molde que o pessoal de informação do Facebook definiu. Ou seja, o Facebook é a plataforma 2.0, assim como o Twitter é uma plataforma que define como as trocas vão se dar entre os novos intermediários.

Os grandes seguidos e a massa de seguidores, criando uma ecologia mais democrática, mais meritocrática e mais compatível com as demandas informacionais em curso.

Porém, é uma ilusão falar em mundo desintermediado informacional, mas em um novo tipo de indermediação. Pode-se até dizer que pulverizamos mais a intermediação. Mas ela sempre existirá. Que dizes?

 Fonte: Webinsider

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Usabilidade é o principal em um projeto de interface?

Nem sempre a usabilidade é o elemento mais importante para o sucesso em projetos de interface.Também tem valor uma boa interface social, que possibilite interações entre pessoas.

Muito se comenta sobre a “sopa de letrinhas” que envolve o trabalho do arquiteto de informação, bem como do designer de interfaces, ou ainda do user experience designer. Isso sem falar nas siglas que envolvem cada um deles.

A própria diversidade de nomenclaturas usadas para identificar em geral a execução de um único tipo de trabalho – tendo em vista a realidade de mercado brasileira, é bom ressaltar – denota como temos essa enorme necessidade de nos apegarmos a padrões e conceitos que na maior parte das vezes não fazem sentido se não for levado em conta o contexto em que são empregados.

Outra ideia bastante difundida há quase uma década, e que contrasta com o exposto acima, é a usabilidade como principal elemento de sucesso em projetos de interface. Pois bem. Seria essa afirmação uma verdade baseada em fatos reais, ou uma falácia conveniente?

Essa foi uma das diversas reflexões interessantes levantadas pelo designer Eduardo Agni em sua palestra “Social Interface Design”, na Campus Party 2011, ocorrida entre os dias 17 e 23 de janeiro em São Paulo.

A resposta a essa pergunta você pode conferir no início da parte 2 do vídeo abaixo, mas, para adiantar um pouco dessa conversa, imagine que o Napster (lembra dele?) foi o software mais usado do mundo na época em que foi lançado, mesmo possuindo uma interface ruim em termos de usabilidade.

A falha grave, no caso, é que na janela principal do sistema havia botões aonde deveria haver abas, impossibilitando o usuário de alternar as telas. Só que, por outro lado, o Napster possibilitava uma interação social entre as pessoas no compartilhamento de arquivos de música, o que culminou no sucesso da interface.

A tragédia dos comuns

Outro ponto importante apresentado por Agni na palestra foi o cruzamento entre o que chamou de “design defensivo” e “design social”. No primeiro caso, a usabilidade preconiza que o sistema deverá sempre apontar ao usuário o que fez de errado na execução de uma determinada tarefa, para em seguida orientar como ele poderia corrigir o erro.

E isso é uma verdade, em se tratando de uma interface homem-computador. Porém, ao se observar o contexto do design social, é preciso levar em conta toda uma sociedade interligada, não apenas um indivíduo interagindo com o sistema. Logo, a interface social serve para que a sociedade como um todo obtenha sucesso, mesmo que para isso um usuário tenha que falhar na execução de uma determinada tarefa.

Como argumento que serve de base para esse raciocínio, Agni cita o termo “tragédia dos comuns”, usado pelos economistas para se referir a um recurso da sociedade que acaba esgotado em benefício de um único indivíduo – como por exemplo o madeireiro que devasta uma floresta em prejuízo da sociedade.

Transpondo esse raciocínio para a web, quando um usuário envia spam para uma lista, pelo preceito do design defensivo ele seria avisado do erro que cometeu e solicitado a não mais cometê-lo. Porém uma lista de discussão serve como uma espécie de “comunidade virtual”, aonde o que está em jogo é o equilíbrio do grupo como um todo, não apenas de um único indivíduo.

“A partir do momento que alguém entra na lista e tenta se aproveitar do recurso da sociedade em benefício próprio, ele está prejudicando toda a sociedade. Nesse caso, o design de interface social não vai pensar em ajudar essa pessoa a corrigir o erro dela, mas sim em ajudar a sociedade a se manter em harmonia”, explica Agni.

Dessa forma, pelo insucesso da ação, o usuário que praticasse o spam seria desencorajado a praticá-lo mais vezes.

Mas antes que se pense erroneamente que a usabilidade não é importante em um projeto de interface, nas palavras de Eduardo Agni, “além de ter uma boa usabilidade, é preciso que haja no projeto uma boa interface social, que possibilite interações não entre pessoas e máquinas, mas entre pessoas E pessoas, que é o que os usuários buscam principalmente hoje na web”.

E cita a história da criação do Facebook por Mark Zuckerberg, que era um programador acostumado a ler código, não um especialista em interface. E, no entanto, foi quem criou a empresa que hoje já é mais lucrativa que o Google, e em muito menos tempo de vida.

Fonte: Webinsider

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gerencie-se: o seu negócio é você mesmo

Administrar uma carreira não é uma ciência exata, porém o sucesso é uma soma de diversos fatores pessoais.

Costuma-se dizer que, se você falhar no planejamento pessoal, poderá também planejar para falhar. O mercado de trabalho para executivos é cruel, onde os fracos perecem e somente os fortes e visionários permanecem e vencem. É preciso saber em que ramo de negócios apostar e especializar-se nele de maneira ampla e construtiva.

Não bastam traçar estratégias corretas, segui-las com precisão e obter os recursos necessários para manter o planejamento. É preciso realizá-las.

Não esqueça: o melhor projeto do mundo não vale um tostão se não sair do papel.

Administrar uma carreira assim como um negócio não permite erro – progride e tem êxito aquele que pensa com racionalidade, age com coragem e enfrenta os seus medos e cobranças pessoais com determinação.

Em cima do alicerce você deve construir, tijolo a tijolo, um muro firmemente levantado que não sofra prejuízo de qualquer abalo que possa vir a ocorrer no futuro.

Sua carreira é este muro, resultado da soma de todos os tijolos, ou seja, de todas as iniciativas que forem tomadas para fortalecer a sua história profissional.

Porém pense estrategicamente, porque o valor de cada tijolo conta muito. Devem existir propósitos, contextos e finalidades em cima de cada ação que você vier a tomar.

Assim é você em sua carreira.

É preciso saber que ser forte vai além de contestar especulações. A empresa jamais cuidará de você nem do seu futuro – a ela você só interessa enquanto produzir muito, reclamar pouco e ganhar menos ainda. Por isso você é a representação contínua de esforços e de multiplicações de boas e inovadoras idéias.

Qualificar sua carreira vai além de conceitos espontâneos, emocional e vivencional. É preciso saber que todo bom profissional é frequentemente avaliado e será assim sempre. Por isso tenha sempre em mente duas lições importantes:

  • Construa benefícios de mão dupla;
  • Aprenda com os outros – sempre.
Não esqueça: “Para maximizar o sucesso de sua carreira, esteja atento para os três aspectos fundamentais da comunicação eficaz: a linguagem corporal, o tom da voz e as palavras”.

Mas acima de tudo fica uma sugestão muito importante sobre você com sua vida profissional:

A vida é curta. Não permaneça em um ambiente em que você é solicitado a comprometer seus valores. Não desperdice seus talentos com pessoas que não sabem apreciá-los e acima de tudo relacione-se de forma inteligente.

Fonte: Webinsider

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

DEPENDE DA POSIÇÃO...

Segundo estudos recentes,

parado, fortalece a coluna;

de cabeça baixa estimula a circulação do sangue;

de barriga para cima é mais prazeroso;

sozinho, é estimulante, mas egoísta;

em grupo, pode até ser divertido;

no banho pode ser arriscado;

no automóvel, é muito perigoso...

Com frequência,desenvolve a imaginação;

entre duas pessoas, enriquece o conhecimento;

de joelhos, o resultado pode ser doloroso...

Enfim, sobre a mesa ou no escritório,

antes de comer ou na sobremesa,

sobre a cama ou na rede,

nus ou vestidos,

sobre o sofá ou no tapete,

com música ou em silêncio,

entre lençóis ou no closet:, sempre é um ato de amor e de enriquecimento.

Não importa a idade, nem a raça, nem a crença, nem o sexo, nem a posição socioeconômica...


... Ler é sempre um prazer!!!


DEFINITIVAMENTE, LER LEVA A DESFRUTAR DA IMAGINACÃO... E VOCÊ ACABOU DE EXPERIMENTAR ESSE FATO....

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A gestão de crise Web 2.0 e o papel do buscador

Em momentos quando o público critica uma empresa ou produto, primeiro corrija. E use conteúdo, estratégias de SEO e atue com prontidão e clareza nas redes sociais.

Muitas empresas se planejam para crises e concentram uma parte fundamental de seus planos de comunicação – o que lançar na mídia, como se reportar aos consumidores, entre outras ações – em TV, rádio e jornal e se esquecem de que a web pode trazer mais dor de cabeça do que o imaginado.

Em muitos casos, e temos visto ações neste sentido, usuários resolvem ir à “guerra” na internet contra empresas, personalidades ou políticos através de blogs, tweets e posts em comunidades.

Com a facilidade de compartilhar suas experiências na internet, o usuário consegue maximizar sua insatisfação e pode arranhar e muito a imagem da empresa ou pessoa em questão. Essa é uma vantagem para nós consumidores, porém um ponto de atenção e um enorme desafio para nós profissionais da área.

Numa gestão de crise web 2.0 um dos cenários mais problemáticos é encontrar uma primeira página do Google repleta de reclamações e ações negativas para a sua marca, produto ou serviço. Neste momento, como nos anúncios dos jornais “Limpe seu nome no SPC e Serasa”, proponho um “Limpe seu nome da primeira página do Google”, na lógica inversa de “ponha seu nome na primeira página do Google”.

Hoje temos os protestos na internet, do unfollow da sua marca a posts negativos em blogs respeitados, acabando com a reputação e trazendo danos à imagem.

Sempre a primeira ação a se fazer numa gestão de crise é procurar resolver o problema em questão. Caso seja um problema sazonal ou recorrente, identifique e publique seus resultados. O que não se deve fazer é cruzar os braços.

Estratégias de Search Engine Optmization (SEO) e redes sociais (Social Media Optimization – SMO) são extremamente importantes nesse processo. Não há nenhuma receita de bolo e cada caso é um caso. Uma dica: ações de black hat seo podem ajudar a curto prazo e se tornar uma enorme dor de cabeça a médio e longo prazo. Se você pretende iniciar alguma ação neste sentido, três itens importantíssimos devem ficar claros:

  • Primeiro: se está no meio de uma crise, as respostas devem ser rápidas.

  • Segundo: os resultados são orgânicos.

  • Terceiro: nem tudo é possível de se remover da internet.

O papel do Search Engine vai muito além de melhorar o posicionamento de páginas com palavras chave. É preciso monitorar todo o ambiente caótico que é a internet e criar ações para melhora da reputação, identificando onde e como publicar conteúdo positivo. Além, é claro, de divulgar as soluções feitas pela empresa para sanar.

Para não ser surpreendido, monte um plano para a gestão da reputação, que deve atuar com várias disciplinas ao mesmo tempo, observar os pontos mais sensíveis da sua empresa, monitorados bem de perto. Não espere o “Wikeleaks” revelar para você. Forme uma equipe com profissionais capacitados e com conhecimento em internet e tenha pelo menos no seu plano três frentes de atuação: conteúdo, Search Engine Optimization (SEO) e redes sociais.

Para melhorar a indexação, tenha na manga conteúdo para contra-atacar. Porém saiba o momento certo para isto – comece desde já a ter relacionamento com sites parceiros que poderão ajudar a publicar este conteúdo e “melhorar” sua relevância positiva na internet. Quanto mais multidisciplinar for este conteúdo melhor, pois trará um leque maior de atuação.

Antes de publicar qualquer conteúdo, avalie qual é o engajamento negativo para sua empresa e se este conteúdo é próprio para o momento e o local onde você vai publicar.

Em redes sociais procure responder todas as críticas, mostrando sinais que você já está corrigindo o que deu problema, se possível linkando páginas da sua empresa e levando estes consumidores para um local onde você possa intervir.

Como disse, não há receita de bolo. E na hora em que a temperatura ferve, é bom ter um plano B e enfrentar os posts negativos com ações positivas, pois a matemática para uma gestão web 2.0 é: (Quantidade + Velocidade) * Qualidade.

Fonte: Webinsider