quinta-feira, 29 de abril de 2010

Cerca de 90% das bibliotecas do país estão em más condições, diz conselho federal

Prefeitos tratam acervos municipais com descaso, segundo o Ministério da Cultura

Instalada no Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional é a maior da América Latina.

Aproximadamente 90% das bibliotecas do país têm problemas de infra-estrutura, de acervo ou falta de funcionários, afirma a presidente do CFB (Conselho Federal de Biblioteconomia), Nêmora Rodrigues. Ela ressalta que as instituições no interior do Norte e do Nordeste são as mais afetadas.

O Brasil possuía 5.186 bibliotecas públicas até julho do ano passado, segundo o SNBP (Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas), ligado ao governo federal. São Paulo é o Estado com mais locais (719 bibliotecas), seguido do Rio Grande do Sul (480) e do Paraná (464).

O Ministério da Cultura, que está preparando um censo sobre as bibliotecas do país em convênio com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), confirma os problemas. Segundo Fabiano Santos, diretor de Livro e Leitura da pasta, há dezenas de cidades em que os prefeitos não se comprometem em manter a estrutura de bibliotecas municipais, mesmo recebendo kits prontos enviados pelo governo.

- O compromisso é o principal problema, na minha opinião. Quando troca a gestão [acaba o mandato do prefeito], as bibliotecas acabam ficando esquecidas. Outros prefeitos não enviam a documentação mínima para receber o acervo.

Os kits são compostos por 2.000 títulos (livros, CDs, DVDs), um computador, uma impressora, uma TV, várias estantes e outros objetos. Pelo menos 1.200 já foram distribuídos pelo ministério desde 2004, afirma Santos.

..Nesta sexta-feira (23), é comemorado o Dia Mundial do Livro pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Falta de pesssoal

Outro problema apontado é a falta de funcionários. Hoje, são cerca de 30 mil profissionais trabalhando em bibliotecas, número considerado baixo perto de países como o Chile, diz Nêmora.

- Precisaríamos de no mínimo 200 mil funcionários em todo o país para ter boa qualidade nas bibliotecas públicas.

O salário médio de um bibliotecário da rede pública, nas capitais dos Estados, chega a R$ 2.000, segundo o conselho federal de biblioteconomia. No interior, é comum haver pagamentos abaixo de R$ 1.000, com exigência apenas de ensino médio para ocupar as vagas.

Presidente do CRB-São Paulo (Conselho Regional de Biblioteconomia), Evanda Paulino afirma que as bibliotecas brasileiras até recebem acervos de boa qualidade, mas que não há vontade política nem pessoal capacitado para trabalhar, na maioria das vezes:

- No Estado de São Paulo são 4.553 bibliotecários em atividade, número tímido. A demanda cresce a cada dia.

O Ministério da Cultura prevê que todas as cidades do país tenham ao menos uma biblioteca pública até junho deste ano. Os investimentos anuais do governo nestas instituições saltaram de R$ 6 milhões em 2003 para R$ 100 milhões atualmente, afirma Fabiano.

Fonte: R7

Biblioteconomia em pauta


 

sábado, 24 de abril de 2010

A biblioteca na era digital



A Biblioteca Estadual da Baviera (Alemanha) digitalizará um milhão de livros em parceria com o Google. O diretor Klaus Cenowa diz que o acervo deve estar onde as pessoas estão. Leia entrevista com Cenowa.

Quando começou a digitalização da biblioteca?

Em 1997. Desde o início, o objetivo era disponibilizar via internet os acervos históricos, únicos e valiosos. As obras digitalizadas estão disponíveis para qualquer um gratuitamente na web. Podem ser impressas ou baixadas para uso pessoal ou científico.

No total, quantas obras já foram digitalizadas?

Até agora foram digitalizadas cerca de 60 mil obras. Além delas, há cerca de 200 mil livros que estão sendo digitalizados através da parceria público-privada com o Google. No total, devem ser escaneados, no próximo ano, um milhão de livros em parceria com o Google.

Por que tantas bibliotecas se opuseram à iniciativa do Google de digitalizar acervos?

Há muito medo em relação a um possível monopólio e um desconforto em relação ao banco de dados cada vez maior do Google. Eu não quero avaliar se esses medos são justos. Nós trabalhamos em excelente parceria com o Google. Sem ele, teria sido impossível digitalizar 1 milhão de livros – cerca de 250 milhões de páginas – em tão pouco tempo.

Qual é a importância disso?

A biblioteca tem tesouros únicos. Esse patrimônio cultural deve ser acessível a todas as pessoas. E a internet nos oferece essa possibilidade. A digitalização significa também uma democratização do acesso ao conhecimento e à cultura.

E como funciona a questão de direitos autorais?

Quase todas as obras estão em domínio público. No entanto, há uma parceria com algumas grandes editoras científicas. Após o pagamento de uma taxa, obras protegidas são digitalizadas e podem ser acessadas de graça pelo consumidor final.

Como funciona esse processo de digitalização?

Não há um único processo de digitalização. Manuscritos únicos são escaneados e digitalizados com a chamada mesa fotográfica de Graz. Para outros materiais utilizamos robôs scanners, que conseguem digitalizar até mil páginas por hora. Também há scanners especiais para mapas e scanners 3D. O escaneamento é a parte mais simples de todo o processo de digitalização, que engloba da logística no depósito ao armazenamento digital permanente.

Quais são os principais desafios das bibliotecas hoje?

As bibliotecas devem oferecer seus serviços e acervos onde quer que o usuário esteja na rede – isto é, no Google, no Facebook, no Yahoo, no WorldCat – e também em ambientes de estudo e pesquisa especializados. Esta diversidade não pode levar a uma perda de identidade. As bibliotecas devem se redefinir como local de troca cultural, de comunicação e de encontro – além de salas de leitura e depósitos.


A biblioteca na era digital

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Skoob já tem mais de 160 mil usuários

Criado há um ano, site de relacionamentos é dedicado à literatura

Diga-me que livro você está lendo que te direi quem és. Essa foi a premissa usada para a criação, há cerca de um ano, do site de relacionamentos Skoob. Já são mais de 160 mil sócios dos mais diversos locais do Brasil reunidos virtualmente para conversar sobre literatura, trocar experiências sobre hábitos de leitura, defender seus autores prediletos, criticar os livros de que não gostaram, enfim, discutir, de um jeito saudável e informal, sobre suas preferências. O Skoob permite ainda que pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais, com os mesmos interesses literários, se comuniquem, troquem livros, recomendem autores, discutam assuntos com pessoas que estudam o tema. E se encontrem, transformando afinidades literárias em amizades. Mais que uma rede social, o Skoob é uma rede colaborativa: os próprios usuários cadastram os livros que ainda não existem nas bases de dados do site. Para participar, é só se cadastrar no site.

Fonte: PublishNews

sábado, 17 de abril de 2010

Livro Digitalizado

Escanear um livro página por página não parece ser a melhor forma de digitalizá-lo, mas pesquisadores da Universidade de Tóquio criaram um software que permite que centenas de páginas sejam escaneadas em minutos.

Escanear papel costuma ser um processo entediante, com cada página precisando ser inserida em um scanner plano, mas o grupo liderado pelo professor Masatoshi Ishikawa usa uma câmera de alta velocidade que captura 500 imagens por segundo para escanear páginas à medida em que elas são folheadas.



Os scanners normais somente conseguem a informação que está diante deles na página. O novo scanner em desenvolvimento é capaz de ajustar as deformações feitas na imagem das páginas que estão sendo folheadas.

“Ele tira uma foto do formato, realiza o cálculo e utiliza esse cálculo para escanear”, disse Ishikawa, explicando o sistema usado para reconstruir a página original. “Como ele pode filmar enquanto absorve o formato, é muito fácil capturar a página que está sendo escaneada e salvá-la como uma cópia normal”.

O atual sistema é capaz de escanear, em média, de 200 a 250 páginas em pouco mais de 60 segundos usando um hardware básico de computador disponível em qualquer loja.

Ainda que exija mais tempo para processar as imagens escaneadas, os pesquisadores esperam, eventualmente, tornar a tecnologia mais rápida.

“Em um futuro mais distante, uma vez que seja possível inserir esse processo em um chip e colocá-lo em um iPad ou iPod, uma pessoa pode fazer o scan usando somente esse chip. Nesse ponto, será possível escanear algo rapidamente e salvar para leitura posterior”, disse Ishikawa à agência de notícias Reuters, apontando que uma versão comercial do sistema pode estar disponível em dois ou três anos.

Fonte: Estadão

Tweets na Biblioteca do Congresso



Algo escrito por você pode figurar entre os mais de 21 milhões de livros da maior biblioteca do mundo, a Biblioteca do Congresso dos EUA. E você nem precisa de uma editora, basta já ter uma conta do Twitter. Aliás, se você já escreveu no site de microblogging, já está por lá.

A mais antiga instituição pública dos país acaba de comprar todo o acervo do Twitter, desde o primeiro tweet de Jack Dorsey, em 21 de março de 2006. O anúncio foi feito durante uma palestra para desenvolvedores do CEO da empresa, Evan Willians, e divulgado em 140 caracteres logo depois.

Fonte: O Estado de São Paulo

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bibliotecas escolares passarão a ser obrigatórias

Dentro de no máximo 10 anos, deverá haver uma biblioteca escolar em cada instituição de ensino do país, pública ou privada. A obrigatoriedade está prevista no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 324/09, cujo relator foi o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que foi aprovado em decisão terminativa, nesta terça-feira (13), pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). No que diz respeito ao acervo de livros, deverá haver pelo menos um título para cada aluno matriculado. Em seu texto, o relator lembrou que o Brasil tem uma biblioteca pública para cada 33 mil habitantes, enquanto a vizinha Argentina tem uma para cada 17 mil. Dezenas de bibliotecárias e de estudantes de Biblioteconomia que acompanharam a reunião aplaudiram a aprovação do projeto. Na opinião da diretora da Biblioteca Central da Universidade de Brasília, Sely Costa, este pode ser considerado um grande passo em direção à maior difusão da leitura e do conhecimento.

Fonte: PublishNews

domingo, 11 de abril de 2010

O livro impresso e suas encarnações pré-virtuais

A velocidade e o impacto dos avanços tecnológicos do livro virtual são um convite redobrado a uma reflexão, diante de certo deslumbramento com as novas tecnologias. Entre as várias possibilidades, duas são particularmente relevantes a partir da leitura de Línguas e leituras no mundo digital, do historiador Roger Chartier, escrito em 2002, que permanece atual e sugestivo (o artigo está em Os desafios da escrita, Editora Unesp).

Na cultura impressa, escreveu Chartier, o reconhecimento do gênero ou registro de um texto (jornal, revista, livro, carta, diário manuscrito) está ligado à sua “materialidade” como objeto. Cada uma das diversas “encarnações” do texto tem uma história de como se definiu em seus códigos de reconhecimento, com camadas de continuidades e variações. É uma cultura impressa para a qual o conteúdo não é intangível, mas diretamente ligado à sua presença física, um conjunto de gêneros de textos e livros com inúmeras variáveis e distinções.

O texto digital, no computador e nos e-books, rompe as distinções, anula os códigos e representações materiais do texto, formatando-os em um único padrão, lidos em um mesmo gênero de suporte e sem qualquer referência à sua materialidade (anterior). Não pressupõe, assim, a cultura digital a idéia de que existe uma essência de texto que apenas se materializa em diferentes suportes, separando o gênero de conteúdo de sua forma e história, como se o texto (virtual) fosse mera emanação de um “além”?

Outra questão diz respeito ao tipo de leitura que o texto digital propicia. Será que existe uma leitura que independe do suporte, da materialidade que associa o texto à sua forma como objeto? O texto digital é “mole”, maleável, se desmancha e esparrama em sua imaterialidade e, por isso, escreve Chartier, a exemplo da navegação na internet, sua leitura é “descontínua, segmentada, fragmentada”. Se é útil em obras enciclopédicas ou de referência, torna-se “desorientada ou inadequada” diante de textos que pressuporiam conhecer e compreender o texto como parte de uma obra única, original e coerente.

Antes de anunciar o fim da cultura impressa, cabe fazer perguntas como: estamos ampliando as possibilidades e formas de leitura ou, ao contrário, tornando-as mais pobres e limitadas? Passado o período de deslumbramento, talvez seja o caso de discutir seriamente estes temas. Mesmo que estejamos apenas no início de uma nova cultura, a virtual.

Fonte: PublisNews

domingo, 4 de abril de 2010

Internautas ativos chegam a 36,7 milhões no Brasil em fevereiro

Internet chegou a um total de 36,7 milhões de usuários ativos durante fevereiro de 2010, segundo dados divulgados pelo Ibope

A internet chegou a um total de 36,7 milhões de usuários ativos durante fevereiro de 2010, segundo dados divulgados pelo Ibope nesta quarta-feira (31).

O número é relativo às pessoas que acessaram a rede em todos os ambientes, isto é, residências, trabalho, escolas, LAN houses, bibliotecas e telecentros, e também leva em consideração usuários com 16 anos ou mais.

Internet chegou a um total de 36,7 milhões de usuários ativos durante fevereiro de 2010, segundo dados divulgados pelo Ibope

Durante o mês, a categoria que apresentou o maior crescimento da audiência em relação ao mês anterior entre os que usam a internet no trabalho ou no domicílio foi Educação e Carreiras, com aumento de 5,6%. Também cresceram os sites de Finanças e Investimentos (2,9%), Governo e Entidades sem Fins Lucrativos (1,7%) e Notícias e Informação (1,5%).

Segundo o serviço AdRelevance, que monitora a publicidade na internet, os sites de educação também apresentaram em fevereiro de 2010 elevada atividade publicitária.

Na subcategoria Recursos Educacionais, foram veiculadas 465 campanhas por meio de 1.265 peças publicitárias.

4º trimestre de 2009

A internet chegou a um total consolidado de 67,5 milhões de pessoas durante o quarto trimestre de 2009, segundo os dados divulgados pelo Ibope.

O número trimestral é relativo às pessoas com acesso em todos os ambientes, isto é, residências, trabalho, escolas, LAN houses, bibliotecas e telecentros, e também leva em consideração usuários com 16 anos ou mais.

Em nota, o Ibope informa que isso significa um aumento de 1,7% em relação ao terceiro trimestre e de 8,2% sobre o primeiro trimestre de 2009.

O número total de pessoas com acesso no trabalho e em domicílios cresceu 0,4% e chegou a 47 milhões.

Fonte: Folha Online

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O futuro do livro

Editoras, livrarias e autores - os principais elos da cadeia editorial - estão preocupados com o avanço de companhias de tecnologia como Apple, Amazon e Sony, ávidas em lucrar com seus leitores eletrônicos de livros. Para os pessimistas, essas empresas seriam os novos bárbaros, capazes de colocar abaixo o edifício ao minar as bases que há muito tempo sustentam negócio. Os mais otimistas veem exagero nisso tudo, mas concordam que os atores tradicionais do setor terão de mudar seu script para não sair de cena. Nos dois lados, prevalece a dúvida: afinal, qual será o futuro do livro? "Vai haver uma coexistência. [O meio digital] é uma evolução natural do livro. Os consumidores dos livros físicos e dos digitais continuarão existindo porque são tipos de leitura diferentes", diz Eduardo Mendes, diretor-executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL). O tema ganhou tanta importância que o órgão organizou nesta semana, em São Paulo, o I Congresso Internacional do Livro Digital.

Fonte: PublishNews