Antes de sair para o trabalho, uma pessoa consulta o celular e verifica que seu ônibus está a 20 minutos de sua casa. Dá tempo de terminar o café e caminhar tranquilamente até o ponto no qual o circular passará exatamente no momento indicado.
A cena ilustra um dos objetivos do projeto “Sistema embarcado de informação ao usuário de transportes coletivos”, desenvolvido com apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
Inspirado em uma experiência europeia, a versão brasileira do sistema inteligente de transporte (ITS, na sigla em inglês) procura ampliar os serviços eletrônicos fornecidos a passageiros, motoristas e empresas de transporte coletivo.
Equipados com monitores de cristal líquido, coletivos na Europa e na Ásia fornecem aos passageiros programação televisiva educativa e informativa, gravada previamente em disco rígido de computador.
“Nosso objetivo é adaptar essa tecnologia à realidade brasileira e ampliar a quantidade de serviços oferecida”, explicou o coordenador do projeto, Paulo Roberto Tavares, da Transdata Smart, empresa especializada em terminais de leitura de cartões eletrônicos.
Tavares conta que a tecnologia usada na Europa seria difícil de ser aplicada no Brasil devido ao custo elevado, cerca de R$ 17 mil por ônibus. São computadores convencionais instalados nos veículos e que são previamente reforçados para suportar as condições severas inerentes a uma viagem, como trepidações, calor e poluição.
A solução para o Brasil foi optar por um conjunto mais enxuto: um hardware dedicado que usa uma plataforma utilizada em aparelhos de celular do tipo smartphone e dispõe de entradas para dispositivos de memória sólida, que pode ser do tipo USB, chip ou cartão. Por meio deles são carregados os conteúdos da programação exibidos na tela.
O equipamento também pode contar com tecnologia de comunicação 3G, o que permitiria atualização de conteúdo em tempo real, e GPS (sistema de posicionamento global), para acompanhar o trajeto do veículo.
Em conjunto, esses dispositivos forneceriam variados tipos de serviços. “Em uma viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro, por exemplo, o equipamento poderia exibir informações turísticas, durante o percurso, sobre a cidade de Aparecida do Norte, assim que o GPS detectasse a aproximação da cidade”, disse Tavares.
Informações sobre as condições e previsão do tempo seriam atualizadas constantemente por meio do sistema 3G e sempre associadas aos lugares por onde o veículo estaria passando, cuja informação viria do GPS.
No caso de ônibus circulares, a localização do veículo poderia ser acompanhada pela internet em computadores e aparelhos de celular, o que permitiria aos usuários acompanhar o trajeto da linha que deseja e se dirigir ao ponto no horário certo. “A precisão seria grande e o usuário não perderia tempo esperando no ponto de ônibus”, disse.
Para as companhias de ônibus o equipamento também teria muitas utilidades. Além de poder acompanhar a localização de toda a frota em tempo real, por exemplo, a companhia poderia enviar mensagens de texto em um painel que ficaria à frente do motorista.
Informações sobre enchentes, vias congestionadas, acidentes e outras ocorrências de trânsito seriam fornecidas em tempo real ao motorista. Em caso de assaltos, um botão de pânico poderia ser acionado informando a central sobre a ocorrência.
Protótipo em campo
Tavares explica que o equipamento seria composto de três partes: a unidade de processamento (do tamanho aproximado de um rádio automotivo e que ficaria instalada atrás do motorista), o painel de controle com o display de mensagens (que ficaria em um ponto à frente do motorista) e os monitores de cristal líquido, que seriam espalhados na cabine dos passageiros.
“Ainda não fechamos o custo total do equipamento, mas calculamos que não passe de R$ 5 mil por unidade”, estimou Tavares, que também prevê um ganho em escala no caso da produção em massa do produto.
Segundo ele, o menor custo é o principal diferencial do produto brasileiro em comparação aos similares europeus e asiáticos. Já os diversos equipamentos atuando em conjunto é a vantagem em comparação aos serviços desse tipo disponíveis no Brasil, os quais não possuem inteligência embutida – são geralmente monitores com mensagens publicitárias que se repetem durante toda a viagem.
O projeto do sistema foi realizado com sucesso, de acordo com Tavares. A equipe da Transdata Smart pretende agora montar um protótipo e testá-lo em campo.
Fonte: Revista Info
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
Salve o Belas Artes: Tudo Pode Dar Certo
Restaurantes paulistanos fazem campanha
para apoiar o Belas Artes
Casas de renome se unem na ação Tudo Pode Dar Certo em prol de um dos últimos
cinemas de rua da cidade; quem contribuir com R$ 5 recebe convites e uma sobremesa de cortesia.
No final de março deste ano, o banco HSBC interrompeu seu patrocínio ao cinema Belas Artes, um dos poucos cinemas de rua que ainda existem em São Paulo, que possui programação diferenciada e de alto nível. Diante dessa notícia, esse tradicional cinema, localizado na esquina das avenidas Consolação e Paulista, pode fechar suas portas após 43 anos de funcionamento. No início do mês de abril, André Sturm, sócio-proprietário doBelas Artes, iniciou uma batalha para conseguir novo patrocinador.
Inconformada com a possibilidade de um patrimônio cultural tão importante, que sempre contribuiu com a riqueza e a diversidade intelectual da cidade, apagar definitivamente as luzes, a restauratrice Marie-France Henry, proprietária do La Casserole, reuniu outros 16 restaurantes paulistanos para criar uma campanha de apoio ao Cine Belas Artes, batizada de Salve o Belas Artes: Tudo Pode Dar Certo.
De 5 de julho até 5 de setembro, quem colaborar com R$ 5 em uma das casas participantes receberá um convite válido para uma sessão de cinema, de segunda a quinta-feira. Na bilheteria, basta carimbar este mesmo convite para ganhar uma sobremesa de cortesia, após consumir um prato principal (almoço ou jantar), em qualquer um dos 17 estabelecimentos que aderiram à campanha. Ou seja, o público ajuda o Belas Artes e recebe um agradecimento em dose dupla, para alimentar o corpo e a alma.
A lista dos apoiadores faz tudo valer mais a pena ainda. Além do La Casserole, tradicional restaurante francês do Largo do Arouche, participamAdega Santiago, Amadeus, Arábia, Arábia Café, Così, 210 Diner, Dona Onça, Dui, Eñe, Ici Bistrô, La Frontera, Martin Fierro, Mestiço, Obá,Tappo Trataritoria e Tordesilhas.
O arquiteto Rafic Farah também participou da ação e criou o design da campanha, que engloba cartazes, newsletters e material gráfico de divulgação. A produtora O2 Filmes, do cineasta Fernando Meirelles, produziu um filme sobre a promoção que já está em exibição no cinema.
Esta turma de calibre espera que, unindo forças e talento, seja possível manter aberto esse importante cinema, que é considerado patrimônio do povo paulistano.
Arábia
Sobremesa: qualquer doce árabe
R. Haddock Lobo, 1.397 - Cerqueira César
Telefone: 3061-2203.
Arábia Café
Sobremesa: qualquer doce árabe
Pça. Vilaboim, 73 – Higienópolis
Telefone: 3476-2201
Amadeus
Sobremesa: Sfraciatelli (doce siciliano com frutas secas, mel e sorvete de creme)
R. Haddock Lobo, 807, Cerqueira César
Telefone: 3061-2859
Eñe
Sobremesa: Crema catalana
Endereço: Rua Dr. Mario Ferraz, 213 - Jd. Europa
Telefone: 11 3816-4333
Ici Bistrô
Sobremesa: Terrine de chocolate
R. Pará, 36 – Consolação
Telefone: 3257-4064.
Tappo Trattoria
Sobremesa: Semifreddo de chocolate
R. da Consolação, 2.967 - Cerqueira César
Telefone: 3063-4864
Diner 210
Sobremesa: Cup Cake
R. Pará, 210 – Consolação
Telefone: 3661-1219
Tordesilhas
Sobremesa: Pudim de tapioca com baba de moça
R. Bela Cintra, 465 – Consolação
Telefone: 3107-7444
Mestiço
Sobremesa: Frozen Iogurt com caldas variadas
R. Fernando de Albuquerque, 277 - Consolação
Telefone: 3256-3165
Dona Onça
Sobremesa: a definir
Av. Ipiranga, 200, lj. 27/29, - República
Telefone: 3257-2016
Adega Santiago
Sobremes: Pudim de doce de leite
R. Sampaio Vidal, 1.072 - Jardim Paulistano
Telefone: 3081-5211
Così
Sobremesa: Tiramisú ao mascarpone artesanal
R. Barão. de Tatuí, 302 - Vila Buarque
Telefone: 3826-5088
Dui
Sobremesa: Fondant de chocolate e doce de leite, farofa de café e sorvete de canela
Al. Franca, 1.590 - Jardim Paulista
Telefone: 2649-7952
La Casserole
Sobremesa: Crêpes Suzette
Lgo. do Arouche, 346, República
Telefone: 3331-6283
Martin Fierro
Sobremesa: Alfajor de chocolate
R. Aspicuelta, 683 - Vila Madalena
Telefone: 3814-6747
La Frontera
Sobremesa: Banana ouro grelhada, creme de iogurte e doce de leite, farofa de biscotti e castanha do Pará
R. Cel. José Eusébio, 105 - Higienópolis
Telefone: 3159-1197
Obá
Sobremesa: Massa crocante mexicana, sorvete de creme, melado de rapadura e canela com farofinha de milho seco
R. Dr. Melo Alves, 205 - Cerqueira César
Telefone: 3086-4774
Fonte: Cine Belas Artes
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
"Livros digitais e de papel não coexistirão"
Jean Paul Jacob: previsões sobre o futuro
Jean Paul Jacob, 73 anos, não é um pesquisador qualquer. No Centro IBM de Pesquisas de Almaden, na Califórnia, Estados Unidos, há 47 anos sua especialidade é prever o futuro.
Desde 1963, ele já previu o surgimento dos notebooks, das câmeras digitais, o fim dos discos de vinil, o caráter colaborativo da sociedade contemporânea e conceitos como computação em nuvem.
Na década de 1990, antes do lançamento dos e-readers, profetizou o surgimento dos livros digitais, que substituiriam as obras em papel.
A previsão de Jacob - que, apesar do que pode indicar o nome, é brasileiro - parece estar cada vez mais próxima de se concretizar: há duas semanas, a Amazon.com, maior loja virtual de livros do mundo, anunciou que está vendendo mais ebooks do que títulos impressos.
O engenheiro, que estará em São Paulo como um dos convidados especiais do Fórum Internacional do Livro Digital, entre os próximos dias 10 e 11, conversou com o site Exame nesta semana. Ele mantém a previsão feita há quase vinte anos e garante: as obras em papel não coexistirão com o mercado editorial eletrônico. "O livro impresso vai para as cucuias", decreta
Fonte: Revista Info
´O livro morre em 5 anos´, diz Negroponte
Em 2006, Negroponte esteve no Brasil, quando apresentou várias ideias, sendo a mais conhecida a de um notebook de 100 dólares
“O livro físico está morto”, declarou Negroponte, um dos fundadores e professor do Media Lab, o laboratório de multimídia do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
A polêmica declaração foi dada pelo cientista e educador em encontro cujo tema de discussão era o futuro da tecnologia.
Negroponte acredita que, ainda que não morra completamente, os livros digitais irão substituir os livros físicos como forma dominante.
Para chegar a essa conclusão, o cientista citou, durante o evento, recente relatório envolvendo a venda de livros para o Kindle, que superou a de livros de capa dura.
"Está acontecendo. Isso não está acontecendo em 10 anos. Está acontecendo em cinco anos", afirmou Negroponte.
Laptop de 100 dólares
Em 2006, Negroponte esteve no Brasil. À época, apresentou várias ideias. A mais conhecida foi a de um notebook de 100 dólares.
O objetivo, segundo ele, era melhorar a educação no país ao facilitar o acesso do estudante a várias opções de pesquisa por meio da web.
Fonte: Revista Info
sábado, 7 de agosto de 2010
Paulista ganha 1º audioguia de rua de São Paulo
Com informações sobre pontos relevantes e citações literárias, faixas de MP3 do projeto já foram baixadas gratuitamente por 478 pessoas
A voz metalizada nos fones de ouvido aponta o caminho: "Pare! Olhe à esquerda!" Melhor obedecer: à sua esquerda, como indicou o timbre feminino, algum recanto desconhecido estará à mostra - alguém já parou para se olhar no espelho d"água do Parque Trianon, ou sentou-se na varanda dos fundos da Casa das Rosas, em cadeiras do início do século 20?
Pois esses são alguns dos pontos indicados pelo primeiro guia turístico de rua em áudio da capital paulista, lançado no último sábado. O programa leva o visitante a um passeio guiado apenas por som (em formato MP3) pela Avenida Paulista. A viagem começa no segundo andar do Conjunto Nacional ("bem na frente do elevador do meio") e termina, 50 minutos depois, no jardim da Casa das Rosas, já próximo do Paraíso.
Criado pela produtora Núcleo Corpo Rastreado, com apoio da Fundação Nacional das Artes (Funarte), o audioguia está disponível na internet para download gratuito. Basta baixar as 12 faixas seguindo as instruções do site. A produtora tem 20 MP3 players para emprestar - mediante agendamento - para quem não tem o aparelho. "Me inspirei em um tour em Londres. Pesquisei e me surpreendi que não houvesse aqui, já que na Europa são comuns", disse a responsável pelo projeto, a produtora de dança Vanessa Lopes, de 29 anos.
Passo lento. A dica ao longo do percurso é andar devagar, no ritmo dos passos gravados no MP3. Nos fones, entre ordens de "siga em frente pela calçada" e "espere o sinal verde para atravessar", é contada a história da Avenida Paulista, inaugurada em 1891.
Para tornar a experiência "mais sensorial" são recitados versos de Fernando Pessoa e o clássico O Espelho, de Machado de Assis. Um convite irresistível para diminuir o passo na agitação da avenida e - o melhor da experiência - sem que ninguém perceba o porquê.
Durante o passeio, a voz-guia indica - e conta a história - de pontos turísticos clássicos como o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e o Conjunto Nacional, e outros nem tanto, como o casarão da família Franco de Mello (entre a Rua Padre João Manuel e a Alameda Ministro Rocha Azevedo) e o Hospital Santa Catarina, perto da Estação Brigadeiro do Metrô.
"É uma viagem não só cultural, mas também artística, projetada para tirar o visitante da anestesia da multidão", disse Vanessa. O passeio pega atalho também pelo Metrô - seis frases para entrar e sair do subterrâneo -, entre as Estações Trianon-Masp e Brigadeiro.
Flashback. Desde sábado, 478 pessoas entraram no site para baixar as faixas e aproveitar o guia. Uma delas é a consultora em comércio internacional Katícia Bendo, de 31 anos, que percorreu a Avenida Paulista com seu MP3 no fim de semana.
"Ouvir sobre o passado fez pensar em como seria ver carroças e charretes cruzando a Paulista de antigamente. Foi como mergulhar numa pintura antiga", disse Katícia. "Mostra detalhes que você jamais veria. A sensação é que o passeio fica mais completo."
Os versos clássicos mesclados com informações também fazem pensar. As palavras de encerramento do tour são de Fernando Pessoa. Ouvidas na Casa das Rosas, à esquerda de um antigo forno, na frente de árvores frutíferas, de costas para a avenida, são convite à reflexão: "Digo do que ontem fui, procuro explicar a mim próprio como cheguei aqui". "Não há quem não respire fundo nessa hora", diz Vanessa, que já começou a elaborar projeto para outro áudio tour, desta vez um percurso pelo centro da capital paulista. O lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2011.
Fonte: Estadão
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
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