sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O profissional da informação diante da colaboração

Ferramentas de colaboração dão às unidades de informação recursos poderosos e gratuitos, mas que necessitam ser compreendidos, planejados e geridos.

O homem é um ser social. Ponto! Isso significa que depende 100% da comunicação, da interação, com outros seres de sua espécie, para garantir sua sobrevivência e sanidade mental. Do primeiro choro, ao nascer, até o tuitar, o ser humano está se comunicando, interagindo e… produzindo documentos: sonoros, textuais, audiovisuais, hipermídia!

Toda comunicação estabelecida entre nós é passível de ser documentada e compartilhada. Produzimos dados. Dados analisados geram informação, que gera documentos, que geram novos conhecimentos, que geram novos dados. Este ciclo informacional literalmente move o mundo habitado por seres humanos, que o retro-alimentam, pois dele dependem.

Produzimos, e armazenamos, em unidades de informação, documentos nos mais variados formatos/gêneros [texto, áudio, vídeo...] e suportes [papel/analógico, ótico, digital, on-line...].

Estes documentos são tratados pelos profissionais da informação para atenderem às infinitas necessidades informacionais de todos os setores de nossa vida.

A maneira como o homem registra, escreve e documenta a informação de sua época, bem como o(s) suporte(s) e formato(s) que utiliza revela(m) a época. Historicamente passamos da pictografia [25 mil anos a.C] para a escrita [4 mil a.C], da escrita para a imprensa/Gutenberg [séc. XV] e da imprensa para a internet [séc. XX].

A história também nos mostra que a informação [conteúdo] evoluiu no mesmo ritmo da comunicação [veículo, meio]. As TICs [tecnologias de informação e comunicação] impactaram o sistema informacional de tal forma, nestas duas últimas décadas, pela quantidade, formato, suporte e velocidade, que geraram uma ruptura nesse sistema. Essa ruptura tem sido chamada de 2.0.

Ocorre que, em tempos de web 2.0, o sistema informacional reverteu sua posição de verticalizado para horizontalizado. A horizontalização da informação, ao ser produzida e compartilhada/distribuída por qualquer um de nós é a questão central a ser colocada na mesa de discussão, especialmente pelos profissionais da informação.

A formação profissional tradicional está focada no sistema informacional vertical, ou seja, os produtores são poucos e detém o poder da veiculação da informação.

As regras do jogo mudam no sistema informacional horizontalizado. Os produtores são muitos, que distribuem para muitos, sem intermediários e sem custo, na maioria das vezes. A informação está sendo produzida e distribuída de forma desterritorializada e atemporal. Ela é híbrida, líquida, ubíqua, customizável, interoperável e hipertextual. Os canais de distribuição são móveis, sem fio e táteis.

Como o profissional da informação deverá encarar esse novo paradigma? Onde armazenar e como recuperar a informação nesse ambiente? Quando e quais ferramentas 2.0 deverá utilizar, e para quais serviços? Como ser um profissional da informação 2.0? Em quais situações está sendo exigido do profissional um comportamento 2.0? Por outro lado, quais barreiras institucionais poderão existir? Como deverão ser enfrentadas? Quantos de nós estamos realmente preparados para vivermos em um ambiente informacional horizontalizado? A tecnologia está pronta mas … a quantas anda a interoperabilidade humana necessária para que esse momento de ruptura 2.0, que estamos vivenciando atualmente, seja resolvido?

É senso comum a necessidade da educação continuada para profissionais da informação para que entendam e possam atender às demandas geradas por este momento de ruptura 2.0. Os modelos comunicacionais e de gestão da informação verticalizada já não são mais adequados. O cidadão comum registra e compartilha notícias antes de qualquer rede de TV, a partir de qualquer lugar do planeta. Há uma mudança urgente a ser feita.

Mas onde? Como? Qual a melhor direção a tomar para meu tipo de negócio, minha empresa, minha instituição? Novos produtos e serviços são possíveis, mas quais deles são factíveis a curto, médio e longo prazos?

A capacitação dos usuários finais dos novos produtos e serviços também faz parte desse cenário construído pela ruptura 2.0. Especialmente no nosso país, que carece de alfabetização digital. Estamos à procura de novos caminhos 2.0. E ao caminhante na nuvem só resta uma opção: caminhar!

Fonte: Webinsider