domingo, 28 de fevereiro de 2010

Morre em São Paulo o empresário e bibliófilo José Mindlin

Um dos maiores colecionadores de obras raras do Brasil, empresário doou acervo particular para a USP

SÃO PAULO - O empresário e bibliófilo José Mindlin morreu na manhã deste domingo, 28, aos 95 anos. Mindlin estava internaco a cerca de um mês no Hospital Albert Einstein, para tratamento de uma pneumonia. O velório será realizado no próprio hospital das 13 horas às 15 horas, quando segue para o enterro no Cemitério Israelita da Vila Mariana (R. Deputado Lacerda Franco, s/n).

Nascido em São Paulo, em 1914, Mindlin estudou Direito na USP e fez cursos de extensão universitária na Universidade de Columbia, em Nova York. Aos 32 anos, financiado por um empresário, conseguiu um sócio e fundou a livraria Parthenon, em São Paulo, especializada em livros raros. E assim iniciou seu périplo em busca de obras raras para sua biblioteca particular. Como empresário foi diretor da Metal Leve durante 46 anos.

Mindlin doou toda sua biblioteca para a criação da Brasiliana USP, umé projeto acadêmico da Universidade de São Paulo que reúne a maior coleção de livros e documentos sobre o Brasil, um moderno edifício de 20 mil metros quadrados na Cidade Universitária sob a responsabilidade da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, órgão da Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.


"Para quem é apaixonado por livros, este foi e será um homen a ser seguido, pois montou uma Biblioteca particular invejavel,e doou um parte para a USP..."

Fonte:http://www.estadao.com.br

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Do twitter à mesa


Onze cidades brasileiras promovem neste sábado (27), simultaneamente, o Encontro de Twitteiros Culturais. São elas: Curitiba, São Paulo, Manaus, Belo Horizonte, Rio Branco, Fortaleza, Porto Velho, Goiânia, Recife, Uberlândia e João Pessoa. Em São Paulo, Frederico Barbosa (fredbarbosa), diretor da Poiesis, Marcelino Freire (@MarcelinoFreire), poeta e agitador cultural, e Ronaldo Bressane (@rbressane) se encontram na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073, São Paulo/SP. Tel. 11 3170-4033) às 16 horas, para conversar sobre "Twitter: livros e literatura. A mediação será do jornalista Sergio Miguez" (@SergioMiguez), editor da Revista Cultura, da Livraria Cultura. O ETC nacional é coordenado por José Luiz Goldfarb (@Jlgoldfarb), Ricardo Costa (@publishnews) e Fernanda Musardo (@FernandaMusardo). Para facilitar, todos os ETC’s utilizarão a hashtag #ETC_BR. O PublishNews apóia o evento e estará lá. Quem não puder ir, é só acompanhar pelo nosso twitter.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Os escolhidos para o White Ravens

A maior biblioteca de literatura infantil e juvenil do mundo, a Internationale Jugendbibliothek (IJB), de Munique, escolheu cinco livros brasileiros para incluir em seu catálogo 2010. Todos os anos, o White Ravens é apresentado na Feira de Bolonha e serve como referência mundial na indicação das melhores obras publicadas no ano. Vale lembrar que esta é a principal feira deste segmento e será realizada em março na Itália. A Cosac Naify, pelo sétimo ano consecutivo, estará na publicação ao lado da estreante Aletria, de Belo Horizonte. São dessas editoras, respectivamente, as obras Sinais do mar, de Ana Maria Machado com ilustrações de Luciana Facchini, e Bichos, do escritor Ronaldo Simões Coelho e da ilustradora Angela Lago. Além deles, foram escolhidos Tempo de voo, de Bartolomeu Campos de Queirós e ilustrado por Alfonso Ruano (Edições SM); Querida, de Lygia Bojunga (Fundação Casa Lygia Bojunga), e Carvoeirinhos, de Roger Mello (Companhia das Letrinhas).

Fonte: PublishNews - 22/02/2010 Por M.Fernanda Rodrigues

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Prêmio São Paulo de Literatura 2010

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, abre as inscrições na terça-feira, dia 9 de fevereiro, para o concurso Prêmio São Paulo de Literatura 2010, o prêmio literário mais bem pago do Brasil. Serão R$ 400 mil para o Melhor Livro do Ano e Melhor Livro do Ano – Autor Estreante publicados em 2009, sendo R$ 200 mil para cada um.

As inscrições podem ser feitas até o dia 25 de março e os interessados poderão acessar o regulamento no portal www.cultura.sp.gov.br. Podem concorrer livros de ficção no gênero romance lançados no ano de 2009. A entrega dos documentos deverá ser efetuada pelo Correio ou no Núcleo de Protocolo e Expedição da Secretaria de Estado da Cultura (Rua Mauá nº 51, Bairro Luz, São Paulo – SP, CEP 01028-900).

O nome dos finalistas será anunciado durante o III Festival da Mantiqueira, a ser realizado entre os dias 28 e 30 de maio em São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos. Os vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura serão conhecidos no dia 2 de agosto, durante cerimônia no Museu da Língua Portuguesa.

Em 2009, o Prêmio recebeu 217 inscrições e os vencedores foram Galiléia, de Ronaldo Correia de Brito, como melhor livro do ano, e A parede no escuro, de Altair Martins, como melhor obra de autor estreante. Na primeira edição, os premiados foram O Filho Eterno, de Cristóvão Tezza e A chave de casa, da estreante Tatiana Salem Levy.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Internet gera onda de escritores idosos


Salman Rushdie, escritor britânico: rede social para publicação de obras que inclui leitores e escritores vem atraindo muitas pessoas acima dos 50 anos.

LONDRES - A internet está ajudando leitores de terceira idade na Grã-Bretanha a relembrar sua paixão por literatura e escrita, e uma maioria esmagadora de idosos no país veem a web como uma evolução positiva, segundo um estudo.

Cerca de 31% dos britânicos acima dos 60 anos têm vontade de publicar contos na internet e de se associar a clubes do livro, de acordo com pesquisa da organização de caridade Booktrust feita no país.

Segundo o produtor digital do HarperCollins Authonomy, Mark Johnson, a rede social para publicação de obras que inclui leitores e escritores vem atraindo muitas pessoas acima dos 50 anos.

"Talvez seja porque idade e experiência deem uma grande vantagem a qualquer um que queira escrever bem ou talvez pessoas mais velhas tenham mais tempo, e sejam mais confiantes, para compartilhar suas paixões online", disse ele.

"Mas nossa experiência sugere que as gerações mais velhas não estão apenas aprendendo a usar a internet --estão aproveitando (a internet) como nunca antes."

De acordo com a pesquisa, que entrevistou 1.162 pessoas acima dos 60 anos, 55% encaram a internet como crucial nas suas vidas, e 93% a veem como uma evolução positiva.

O estudo foi feito pela Booktrust para ajudar a promover o Bookbite, um projeto para leitores e escritores acima dos 60 anos.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/internet/internet-gera-onda-de-escritores-idosos-08022010-30.shl

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Liberar Orkut e Twitter no trabalho é produtivo

Muitos gerentes só vêem o lado negativo, "esquecendo" que as redes sociais estimulam a pró-atividade e ajudam a economizar em custos de ligações e otimizar o tempo na comunicação interna e externa. Mas se for permitido, deve ser fiscalizado?
É interessante notar como, nesse mundo dito moderno, as empresas minimamente estruturadas já contam com recursos tecnológicos até pouco tempo inimagináveis.

Redes, relatórios com gráficos, planilhas, conexões virtuais e remotas, agendas eletrônicas, e-mail e comunicação em tempo real são apenas alguns dos recursos habitualmente encontrados.

Do outro lado, dos usuários, não é segredo que os brasileiros adoram passar horas a fio em redes sociais favoritas, como Orkut, Facebook, Twitter e daí em diante. São as chamadas redes sociais que, ao lado dos facilitadores já citados acima, agora começam a ganhar espaço também dentro das empresas como instrumento de trabalho.

Vestir o Orkut, o Facebook e o Twitter com terno e gravata, ou seja, a criação de redes sociais próprias dentro das corporações, é uma das formas práticas para aperfeiçoar a troca de informações e de conhecimentos, além de estimular a pró-atividade coletiva entre funcionários – sem a necessidade de custosas ligações telefônicas ou longas trocas de e-mails.

Mesmo assim, a utilização das redes sociais corporativas por parte das empresas brasileiras ainda é tímida, principalmente se comparada à ainda ‘popular’ intranet.

Hoje, o que vemos na intranet da maioria das empresas é um apanhado de informações que teoricamente deveriam interessar a todos da companhia, o que na prática não acontece.

Fosse feito um teste dentro das empresas, garantindo o anonimato dos entrevistados, certamente a menor parte realmente avaliaria os conteúdos de sua intranet como relevantes; e poucos responderiam que encontram informações que verdadeiramente os auxiliam na execução de seus serviços.

Pode-se argumentar que a simples troca de idéias e integração dos funcionários não justifica a adoção de uma rede social corporativa. É verdade. Como também é fato que há outros fatores que, junto a este, deixam claros os benefícios de implantação.

A possibilidade de compartilhar projetos que estão sendo desenvolvidos por diferentes áreas da empresa é um deles. Outro é a possibilidade de aproximação entre os funcionários ditos de “operação” com o alto escalão da companhia.

Na prática, basta lembrar que não é tão comum ver uma equipe receber um elogio ou uma mensagem motivacional de seu presidente, a não ser em eventos de confraternização. Com a rede social, uma simples mensagem pode ser postada a todos os profissionais da empresa de uma só vez ou para profissionais de determinada área específica, em questão de segundos.

A rede social corporativa pode despertar no funcionário o sentimento de participação ativa na empresa. Mesmo que em áreas e assuntos restritos, abre-se um canal para a apresentação de idéias ou críticas, que em última análise podem ser úteis para alavancar o negócio e/ou aperfeiçoar um produto.

Como na aplicação de qualquer novidade no ambiente empresarial, os responsáveis pela rede social corporativa devem tomar determinados e importantes cuidados, principalmente com ações indevidas dos usuários, como conversas nada proveitosas, fofocas, discussões e intrigas, que podem e devem ser fiscalizadas.

Em redes sociais púbicas são comuns experiências negativas como a criação de perfis falsos e, no meio corporativo, quando não se toma o cuidado necessário, isso também pode acontecer.

Com planejamento e tais cuidados, as redes sociais corporativas serão sem dúvida ótimas ferramentas de gestão e de comunicação. O Twitter de terno e gravata chegou para ficar.

Fonte: http://webinsider.uol.com.br/2010/02/11/liberar-orkut-e-twitter-no-trabalho-e-produtivo/

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cartilha ensina jovens a se proteger nas redes sociais

O Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (Cais), que faz parte da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) , lançou no final de 2009 uma cartilha que ensina aos internautas alguns cuidados básicos em redes sociais. A RNP é um órgão relacionado aos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, e a cartilha foi concebida para evento em Salvador no Dia Internacional de Segurança em Informática.

A cartilha do Cais, intitulada Segurança em Redes Sociais: Recomendações Gerais, contempla os três maiores sites de relacionamento do país: Orkut, Twitter e Facebook. Ela pode ser baixada gratuitamente em PDF no site do Cais. A página é focada em segurança virtual, e traz diversas informações importantes – como dicas para comprar online com segurança.

Link para a cartilha em PDF: http://www.rnp.br/_arquivo/disi2009/rnp-disi-2009-cartilha.pdf

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/personal-nerd/2010/02/05/cartilha-ensina-jovens-a-se-proteger-nas-redes-sociais/

Internet candidata a Nobel da Paz

Pela primeira vez esta ferramenta de comunicação faz parte de uma lista de candidatos



A Internet pode muito bem ser o próximo Nobel da Paz. A iniciativa partiu da edição italiana da revista «Wired» logo após a escolha de Barack Obama para a edição de 2009. Esta é a primeira vez que uma ferramenta de comunicação é candidata ao galardão, numa lista.

A versão online da publicação criou uma página na Internet onde qualquer pessoa pode votar na candidatura a favor da rede global. O editor da «Wired» defende mesmo que a Internet é a maior rede social que a humanidade alguma vez conheceu.

Entre os apoiantes da ideia temos nomes como o estilista Giorgio Armani e o Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi. No entanto, as candidaturas oficiais serão apresentadas até terça-feira.

Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/tecnologia/internet-nobel-nobel-da-paz-candidatos-revista-rede-social/1137251-4069.html

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Pavilhão das letras

Uma nova categoria de livrarias mudou o cenário cultural de São Paulo nos últimos anos. São lojas acolhedoras, que nasceram com a ambição de ser mais que simples locais de venda de livros, e, rapidamente, foram adotadas pelos paulistanos como pontos de encontro. Fazem parte desse grupo a Livraria Cultura, que ocupou com uma loja de três andares o espaço do antigo cine Astor no Conjunto Nacional; e a Livraria da Vila da alameda Lorena, na qual o afamado arquiteto Isay Weinfeld criou um ambiente sofisticado, com café, auditório e uma área dedicada às crianças. Na segunda (dia 8), a cidade ganha outro endereço do gênero: a Biblioteca de São Paulo. Só que, desta vez, trata-se de um equipamento público. Instalada no parque da Juventude, na área da antiga Casa de Detenção do Carandiru, a nova biblioteca se inspirou no conceito das grandes livrarias da cidade para conquistar seus leitores. "A ideia é que ela pareça uma 'megastore' pública", diz o secretário de Cultura do Estado, João Sayad. "Ela deve ter tudo aquilo que essas lojas oferecem, mas estará aberta para atender a todos." A biblioteca custou cerca de R$ 12,5 milhões (R$ 10 milhões do Estado e R$ 2,5 milhões do Ministério da Cultura).

Fonte: Revista da Folha - 31/01/2010 - Por Maria E.Menezes

BIBLIOTECA DO FUTURO

INSTALADA NA ÁREA DO ANTIGO CARANDIRU, A BIBLIOTECA DE SÃO PAULO TERÁ ESTRUTURA ADAPTADA PARA TODOS OS TIPOS DE DEFICIENTES E SE APROXIMA DO CONCEITO DE ESPAÇO DE LAZER DAS GRANDES LIVRARIAS


pavilhão das letras
por Maria Eugênia de Menezes

Uma nova categoria de livrarias mudou o cenário cultural de São Paulo nos últimos anos. São lojas acolhedoras, que nasceram com a ambição de ser mais que simples locais de venda de livros, e, rapidamente, foram adotadas pelos paulistanos como pontos de encontro.

Fazem parte desse grupo a Livraria Cultura, que ocupou com uma loja de três andares o espaço do antigo cine Astor no Conjunto Nacional; e a Livraria da Vila da alameda Lorena, na qual o afamado arquiteto Isay Weinfeld criou um ambiente sofisticado, com café, auditório e uma área dedicada às crianças.

Na segunda (dia 8), a cidade ganha outro endereço do gênero: a Biblioteca de São Paulo. Só que, desta vez, trata-se de um equipamento público. Instalada no parque da Juventude, na área da antiga Casa de Detenção do Carandiru, a nova biblioteca se inspirou no conceito das grandes livrarias da cidade para conquistar seus leitores. "A ideia é que ela pareça uma 'megastore' pública", diz o secretário de Cultura do Estado, João Sayad. "Ela deve ter tudo aquilo que essas lojas oferecem, mas estará aberta para atender a todos."

A biblioteca custou cerca de R$ 12,5 milhões (R$ 10 milhões do Estado e R$ 2,5 milhões do Ministério da Cultura). E, para atrair seus futuros usuários, não investiu apenas na compra de novos livros. Além de dispor de outras mídias, como CDs e DVDs, o projeto centrou esforços na decoração do prédio, na oferta de tecnologia e em uma estrutura completamente acessível e preparada para atender aos deficientes físicos.

Iguais, mas diferentes
Os serviços especiais para deficientes incluem mesas reguláveis, que se adaptam a qualquer tamanho de cadeira de rodas, folheadores automáticos de páginas, para aqueles que perderam os movimentos das mãos, e também computadores com telas, teclados e mouses adaptados.

Usuários cegos terão ainda mil títulos de "audiobooks" e um equipamento que, instantaneamente, é capaz de transpor obras literárias convencionais para faixas de áudio ou placas em braile. "Isso deve ampliar muito as opções de livros para cegos", afirma Adriana Ferrari, gestora do projeto e assessora da secretaria de Cultura.

Uma equipe de atendentes também está sendo treinada para recepcioná-los. "Não dá para ser um atendimento padrão. Não pode ser invasivo nem muito distante", diz ela. "Temos que tratar a diferença para que eles sejam incluídos." A tentativa de satisfazer necessidades e predileções de todos os públicos levou o projeto a abarcar itens normalmente deixados de lado. Em uma sala reservada, o visitante terá acesso a um material proibido para menores de 18 anos. São livros e periódicos com conteúdo violento ou de teor erótico. "Não queremos censurar nada. As pessoas devem encontrar aqui tudo o que estão buscando", afirma Adriana. "Por isso, tem que ter a 'Playboy' também." A inspiração para este e muitos outros serviços oferecidos pela instituição, ela explica, veio da Biblioteca de Santiago, no Chile.

Assim como na congênere sul-americana, a Biblioteca de São Paulo dedica grande parte de seus 4.200 m2 aos mais jovens. Todo o andar térreo está dividido em alas para três faixas etárias: até três anos, de quatro a 11 anos e de 12 a 17 anos. Ali, poltronas coloridas e pufes se misturam a estantes baixas -projetadas sob medida- nas quais livros, discos e filmes ficam misturados e expostos diretamente ao público.

Também estarão à disposição cem computadores, com livre acesso à internet, dezenas de jogos eletrônicos e um aparelho Kindle, o livro digital da Amazon. "É uma tentativa de atrair o não leitor", afirma Sayad. "Se o hábito de ler voltar a ser moda algum dia, podemos fazer uma biblioteca escura, austera. Hoje, para conquistar o público de não leitores, ela precisa ser assim."

Estratégia de sedução
O esforço para seduzir os frequentadores pautou a escolha do espaço -próximo ao metrô- e o projeto arquitetônico, que contemplou um café, uma varanda com espaço para shows e saraus e um auditório. "Teremos uma programação de cursos e oficinas voltada, inclusive, para temas que não estão ligados à literatura, como o grafite", conta a diretora da biblioteca, Magda Montenegro.

Ela também promete um horário expandido de atendimento - pelo menos até as 21h de segunda a sexta, e até as 19h, aos sábados, domingos e feriados. "Não dá para fechar na mesma hora da repartição pública. A intenção é que as pessoas venham para cá depois do trabalho."

A busca pelo público não parou por aí. Para selecionar o acervo de 30 mil livros e 4.000 CDs e DVDs, a equipe da biblioteca levou em conta, essencialmente, a popularidade das obras.

Os cânones literários foram contemplados. Mas, assim como ocorre nas livrarias comerciais, Victor Hugo e Fernando Pessoa terão que dividir as prateleiras e as atenções com os best-sellers e os líderes das listas dos mais vendidos.

Não ficaram de fora os controversos livros de autoajuda, os romances de temática espírita nem os recentes hits do mercado editorial, como os volumes da saga "Crepúsculo". Jornais e revistas, nacionais e estrangeiros, completam a oferta.

"Não dá para medir por quantos Paulo Coelho uma pessoa precisa passar para chegar a um Machado de Assis", pondera a coordenadora do projeto. "Queremos que todos leiam aquilo que tiverem vontade."

Após a inauguração, explica o secretário, a intenção é que a instituição passe a funcionar como uma central para as 961 bibliotecas públicas dos municípios paulistas. Sua administração ficará a cargo da Poesis, a mesma organização social que está à frente do Museu da Língua Portuguesa e da Casa das Rosas.

Cerca de R$ 1 milhão será investido anualmente na aquisição de novas obras. "Não se trata de acumular muitos livros, mas de renová-los constantemente", defende Sayad. "O segredo do sucesso dessa biblioteca é saber comprar os livros sem nenhuma intenção professoral." Oferecer obras para todos os gostos e em todos os formatos para fisgar o inquieto leitor do século 21.



como ser sócio
Para fazer a carteirinha da Biblioteca, basta apresentar documento de identidade e comprovante de residência. Aqueles que não têm domicílio fixo, caso dos moradores de rua, também poderão fazer empréstimos de livros. "Acreditamos que as pessoas irão devolver", diz Adriana Ferrari, gestora do projeto

no lugar do carandiru
A nova biblioteca foi construída no parque da Juventude. A área, onde já funcionou o antigo Complexo Penitenciário do Carandiru, foi transformada em parque em 2007. Hoje, oferece dez quadras poliesportivas, pista de skate, alamedas e bosque. Fica no bairro de Santana e tem acesso pelo metrô Carandiru

além dos clássicos, você encontra também

culinária
"Cozinha Passo a Passo", da Larousse; "Santas Receitas", de Sônia Abrão; "Pequeno Dicionário de Gastronomia", de Maria Lúcia Gomensoro

juvenis
Todos os volumes da série "Crepúsculo" e "Harry Potter", e a nova edição de "Alice no País das Maravilhas"

quadrinhos
"Retalhos", deCraig Thompson; "À Sombra das Torres Ausentes", de Art Spiegelman

audiolivros
"Travessuras da Menina Má", de Mario Vargas Llosa; "100 Melhores Poemas do Século", org. Ítalo Moriconi; "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato

eróticos
Revistas como a "Playboy", além de livros como "120 Dias de Sodoma" e "O Amante de Lady Chatterley"

autoajuda
"Pai Rico, Pai Pobre", de Robert Kiyosaki; "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", de Gustavo Cerbasi

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/revista/rf3101201005.htm