segunda-feira, 1 de março de 2010

A morte de um apaixonado

Língua e Literatura

Maior colecionadores de livros do Brasil, José Mindlin morreu ontem em São Paulo, aos 95 anos, depois de mais de um mês internado para tratar de uma pneumonia. Empresário do setor de autopeças por mais de 40 anos, Mindlin foi adquirindo, aqui e ali, raridades e mais raridades, como a primeira edição de Os Lusíadas e os originais corrigidos à mão por Guimarães Rosa de Grande Sertão: Veredas. Iniciada na década de 30, a coleção de mais de 40 mil volumes foi doada recentemente para a USP e integra agora a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Ele era membro da Academia Brasileira de Letras. E uma simpatia de pessoa. Ao jornal O Estado de S. Paulo, a escritora Lygia Fagundes Telles disse: “Era um homem apaixonado, muito delicado e dedicado. Quando eu revelava meu temor sobre o fim do livro em papel, ele respondia energético: ‘Nunca!’”. Já o presidente Lula declarou: “Com seu imenso amor à cultura, sua defesa da liberdade e sua conduta empresarial, prestou serviços extradiordinários ao País”. Vale lembrar que Mindlin se recusou a participar da Operação Bandeirante durante a ditadura militar. A seguir, indicamos algumas matérias sobre o bibliófilo publicadas hoje em O Estado de S. Paulo, que, diga-se, foi o primeiro lugar onde ele trabalhou. Para conhecer mais sobre a trajetória de Mindlin e acompanhar a repercussão de sua morte, clique aqui. A história de sua coleção Brasiliana e sua paixão pelos livros é contada em Mindlin, um mecenas que não fazia nada sem alegria. O artigo A generosidade do 'livreiro-mor', de Lilia Moritz Schwarcz, também merece destaque. Durante essa semana, o PublishNews vai dedicar suas frases diárias ao bibliófilo.

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