terça-feira, 5 de outubro de 2010

No fundo somos profissionais de inovação

Uma nova comunicação, mais interativa, se estabelece para resolver problemas de produção. A internet tem esse objetivo principal: nos ajudar a resolver problemas produtivos de todos os tipos.

Ontem caiu a ficha. Projetos de mídia social, de “redes sociais” (esse nome anda me irritando), de comunicação corporativa vão migrar, vão ser chamados, de projetos de inovação.

Tem uma lógica nisso e espero que você seja coo-vencido:

1. O mundo ia bem, ou do jeito que dava, mas cresceu muito (nos últimos 200 anos pulamos de 1 para 7 bilhões);

2. Esse crescimento não pode ficar impune, concorda? Alguma coisa vai mudar no planeta com tanta gente chegando mais e mais. Só um louco acha que não!;

3. Ok, se joga uma pressão para o setor produtivo, que tem que atender demandas e apesar de tudo, tem se virado, aumentando mais e mais o ritmo de inovação para atender no tempo, na hora, na diversidade, qualidade e quantidade que o novo público exige;

4. Bom, chega um momento que o “barraco” não permite mais puxadinho e aí vem a hora das “Revoluções da Informação” (que chegam pelas portas do fundos sem pedir licença), que criam um novo ambiente de troca de ideias mais dinâmico, que ajuda a inovar e, por sua vez, produzir melhor, caso da Internet, como já foi o do livro impresso.

Diante desse quadro, temos que rever o papel da comunicação corporativa.

Estamos imersos na pseudo-comunicação (de massa) que eu chamo de doutrinação 1.0. Ou seja, o que chamamos hoje de comunicação não é comunicação, pois esta pressupõe o diálogo.

O que temos é uma comunicação-unilateral-convencimento resultado de um ambiente informacional demarcado pelo controle dos meios, poucas fontes, portas fechadas para novas vozes, ocultação de “cadáveres”, crises e erros. E repetição insistente até que todos comecem a cantarolar, sem sentir, a musiquinha:

“Escondo o que é ruim e jogo confete (e muito) no que é bom!” (Parecem o Lula!)

Não existe comunicação sem diálogo. O que chamamos de comunicação hoje é algo inventado e preso a uma mídia vertical que ficou decadente.

Uma hipnose: “O mundo é bom, nós estamos fazendo a coisa certa. Senta, compra e relaxa”. É essa a mensagem.

Uma nova comunicação (mais interativa) se estabelece para resolver problemas de produção. A Internet tem esse objetivo principal: nos ajudar a resolver problemas produtivos de todos os tipos.

Volta-se o sentido da comunicação/diálogo (2.0) versus a comunicação/doutrinação (1.0). Motivo: ganhar velocidade para que o que o consumidor deseja seja atendido, modificando processos. Ampliação da coerência entre o que se diz e o que se faz.

Não por opção, mais por imposição da nova transparência! Criando mais fogo e menos fumaça. O que é difícil ainda hoje de ser percebido. Por quê?

Por causa da formação, cognição de todos, dos profissionais de comunicação, aos de processo, de qualidade, de inovação, gestores de conhecimento e dirigentes corporativos, que foram criados no mundo informacional passado. É um outro paradigma, no qual tudo isso é visto separado e não fazendo uma lógica só!

Assim, a ideia da comunicação corporativa desalinhada de processos, como “comunicação pura” é uma deturpação que se consolidou em uma mídia controlada para justamente evitar a inovação, mudanças, denúncias de coisas que estão sendo feitas e são inviáveis.

Ou seja, a comunicação servia para conservar e não mudar. Bingo! Não geram valor para a sociedade, por isso, precisam ser modificadas!

Se pudesse mudar todos os cursos do mercado, eu mudava. Trocava o nome de pós de redes sociais, mídias sociais, comunicação corporativa para: “Como inovar usando ferramentas de comunicação e informação?”

O eixo é esse. Qualquer coisa que fuja disso corre sérios riscos de capotar na curva da inviabilidade histórica! Não tende a gerar valor. Ponto! O uso das ferramentas das mídias digitais devem aferir isso.

Como está se gerando valor com essa nova comunicação do debate honesto, com base no novo ambiente informacional?

Vejam que a Apple, a Netfix, Norvatis avaliam seus “projetos 2.0″ no aumento de valor de mercado e não no tolo número de seguidores no Twitter, ou do canal criado no Facebook.

Eles deram a volta por cima, por baixo e pelos lados. Galera, vamos tomar banho frio e acordar! No fundo, somos todos profissionais de inovação (para gerar melhores produtos e serviços) para uma população cada vez maior, diversificada e exigente.

Pior, em rede e com poder de mídia! A comunicação deve ser viabilizadora disso e não a “impedidora”, como tem sido, escondendo os erros que deveria estar na luz do dia para serem corrigidos.

Essa é a guinada 2.0 pura e simplesmente! O difícil é encarar de frente, pois abre um baú de velhos dogmas. Que dizes?

Fonte: Webinsider

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