sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A internet não é uma mídia, é uma plataforma

A internet não é uma mídia – é a plataforma cognitiva na qual as mídias digitais rodam. Estamos vivendo uma mudança de plataformas e não apenas de mídias, por isso tantas mudanças ao mesmo tempo.

Lendo a entrevista de Wolton, que comentei aqui, me caiu a ficha.

Ele comete um tomatismo (comparar coisas não comparáveis): plataforma e mídia e isso me ajudou bastante a definir melhor estes dois conceitos.

Uma plataforma cognitiva é algo maior, amplo, na qual há um código distinto de troca de informações na sociedade. Uma plataforma permite ter um conjunto de mídias em torno delas, mas as mídias só rodam sobre uma dada plataforma.

Estamos vivendo uma mudança de plataformas e não apenas de mídias! Passamos da plataforma escrita e oral (incluindo rádio e tevê) para a digital. Por isso temos tantas mudanças ao mesmo tempo.

Uma mídia é uma variante que atua em cima da plataforma, que é uma alteração mais profunda, nos códigos-fontes, na base da sociedade, no átomo pelo qual a informação circula, por isso tão poderosa é a mudança.

Uma plataforma é assim um conjunto de códigos (sons, letras, dígitos) que estabelece uma parâmetro de comunicação e informação, construída de forma coletiva, a partir do esforço de toda a sociedade.

As mídias “rodam” em cima dessa plataforma, com os novos potenciais que oferecem.

Assim, não podemos comparar a Internet com o rádio e a tevê, pois a Internet é o lado tangível da nova plataforma digital.

A expressão mais clara, que tem como características o código básico digital (0-1), diferentes das letras da plataforma passada ou dos sons da plataforma oral ainda anterior.

A plataforma cognitiva digital roda sobre um suporte e mineral (silício) diferente do passado que era (vegetal) papel ou nas ondas do ar (voz, rádio e tevê).

Essa mudança é gigantesca, revolucionária, rara e potencialmente transformadora.

Assim, confundir mídia com plataforma, talvez seja um dos principais equívocos que estamos cometendo ao analisar a Internet e suas consequências.

E isso nos leva a essa dificuldade de compreender o fenômeno.

Vide tabela abaixo:

 Sob esse ponto de vista, vemos que as mídias digitais, que rodam na nova plataforma, têm como característica algo que é inerente à nova plataforma e não tinha na anterior:

  • Alteração rápida, constante e barata das mensagens;

  • A possibilidade de alteração do conteúdo a distância, inclusive por quem o acessa;

  • O acesso ao mesmo conteúdo por várias pessoas ao mesmo tempo;

  • A produção coletiva barata, on-line e on-time;

  • O muito-para-muitos a distância;

  • Os rastros deixados e passíveis de acompanhamento da relação usuário-mensagem.
Nessa nova plataforma cognitiva digital, na qual as novas mídias rodam, temos aplicações, vertentes de uso. Exemplos: blogs, Facebook, chats, Twitters etc.

Assim teríamos:

Exemplificando:


Fonte: Webinsider

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