segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Leitura em rede

É mais fácil encontrar uma roda de conversa sobre cinema, música e novelas de TV. Quanto a livros, bem... Num país em que o Ministério da Educação aponta a média anual de leitura como de 4,7 livros (incluindo a Bíblia e didáticos), sendo 1,3 o número de obras lidas anualmente por vontade própria, quem lê encontra uma certa dificuldade para incluir a literatura nos bate-papos. Mas é aí que a internet pode dar uma bela força para essa tribo. A rede social Skoob é um exemplo. Nela, o internauta faz um cadastro gratuito e lista as obras que leu ou que vai ler e os comentários, opiniões e resenhas sobre os títulos que examinou.

O estudante Luan Sperandio, 18 anos, de Cariacica, é um dos que se renderam ao site nacional há dois meses, por indicação de uma amiga. "A estrutura é simples, leve e prática. Além disso, o Skoob torna o ato de ler mais dinâmico e social, porque você interage com pessoas que possuem o mesmo hábito", aponta. O grande barato, aponta o rapaz, é estar a par do que os outros leem para trocar ideias e sugestões. Isso incentiva a se ler mais. "O site estimula porque combina algo moderno, como uma rede social, a um ato que pode ser encarado como entretenimento", afirma.

Conheça o Skoob

Esse incentivo é uma realidade para a estudante Karine Marinho, 15, de Vila Velha, há seis meses no site. "Sempre tive como hobby a leitura, mas confesso que, depois que entrei no Skoob, aumentou o número de livros que me interesso em ler", relata. Leitora de romances, literatura fantástica e tramas de mistério, Karine diz que a rede social a coloca em contato com pessoas que têm outras afinidades literárias. Isso pode despertar sua curiosidade a se aventurar em outros estilos. De outra forma, acha que seria complicado. "Considero mais difícil falar sobre livros no ?mundo real?, já que as pessoas ainda têm um grande preconceito com a leitura, considerando-a uma obrigação e não uma forma de lazer", sintetiza.

O acupunturista Felipe Abreu, 26, de Vila Velha, elogia a rede por permitir conhecer novos autores. Ele a conheceu por meio do Twitter e está nela há dois meses. "Eu já tinha o hábito de leitura desde a infância com histórias em quadrinhos e livros da ?Série Vaga-Lume?", relembra. Ele hoje curte romances e autores como Will Self, Chuck Palahniuk, Cormac McCarthy e José Saramago. E está aberto a sugestões.

Sucesso

A turma do Skoob não para de crescer. Os chamados "skoobers" já chegam a 275 mil usuários, segundo Viviane Lordello, uma das responsáveis pelo site. Criado em janeiro de 2009 pelo analista de sistemas Lindenberg Moreira, 32 anos, o espaço atendeu a um grupo de amigos que queriam uma alternativa on-line para falar de livros. Acabou superando as expectativas. "Achamos que iria ficar restrito a este grupo. O esperado era ter, no máximo, cinco mil usuários até o fim de 2009. Porém, fechamos o ano com 125 mil. Foi quando percebemos que muita gente esperava ter um lugar assim", comemora Viviane.

Satisfeita com a repercussão positiva, ela acredita que o Skoob pode colaborar no processo educativo. "Temos casos de professores que estão utilizando a rede com sucesso para criar esta paixão em seus alunos. Acreditamos que o Skoob possa ser mais uma ferramenta neste sentido e ajudar bastante no incentivo à leitura", acredita. O país que quer ler mais do que 1,3 livro por ano agradece.

Os "skoobers"

O nome

A rede é brasileira. O nome é a palavra "books" ("livros", em inglês), ao contrário.

Números

São 275 mil usuários até o momento.

Perfil dos "Skoobers"

65% são mulheres, 43% estão entre 15 e 25 anos e 41% dos usuários são de São Paulo.

Os livros

Há de tudo indicado pelos "skoobers". De literatura clássica a autoajuda. Na lista dos mais lidos, as sagas de Harry Potter e de "Crepúsculo" lideram as indicações.

Como se cadastrar

Vá para http://www.skoob.com.br/ e faça seu cadastro gratuito a partir de seu e-mail. Você terá uma página própria em que poderá inserir suas leituras, livros e autores favoritos. Poderá deixar comentários e até fazer resenhas e críticas literárias. E se fizer parte de Facebook, Twitter, Orkut ou de outra rede social, ela poderá ser associada a sua página.


Fonte: Globo.com

Nenhum comentário: